Manto de Cristo - Lloyd C. Douglas

O Manto de Cristo é um romance histórico e religioso escrito por Lloyd C. Douglas , publicado originalmente em 1942. A obra gira em torno de Marcellus Gallio , um jovem centurião romano que  por punição política, é enviado à Palestina. Lá, ele participa da crucificação de Jesus e, por acaso, ganha sua túnica em um jogo de dados. A partir desse momento, Marcellus começa a sofrer crises emocionais e espirituais, sentindo-se profundamente perturbado pelo que presenciou e pelo estranho poder que o manto parece exercer sobre ele. Enquanto Marcellus tenta compreender o significado do manto e lida com uma crescente crise de fé e identidade. Ao longo do caminho, ele encontra personagens marcantes e é confrontado com os valores do cristianismo nascente, em contraste com os costumes decadentes do Império Romano. Movido por uma inquietação crescente, ele parte em uma jornada para descobrir quem foi Jesus. Ao lado de seu escravo e amigo Demétrio , Marcellus encontra discípulos e se...

VOCAÇÃO PASTORAL EM DEBATE

vocação pastoral em debate
HENDERS, Helmut (org.) Vocação pastoral em debate. São Bernardo do Campo, Editeo 2005.

O texto Vocação Pastoral em Debate traz orientações prática para pessoas vocacionadas por Deus acrescentando experiências ao ministério pastoral. O livro é fruto das palestras e debates ocorridos na 53ª Semana Wesleyana em 2004, na Faculdade de Teologia. O tema Chamados/as para um momento novo foi desenvolvido sob três círculos temáticos: vocação pastoral, ministério pastoral feminino e ministérios específicos.
Dentre os palestrantes/autores estão pessoas experientes e renomadas para o assunto enriquecendo o conteúdo com conteúdo teórico profundo e experiências práticas diversificadas para o ministério pastoral.
Jorge Schütz Dias traz o texto Desafios no Ministério Pastoral no Brasil de Hoje, refletindo a realidade pastoral nas Igreja brasileiras atualmente. Parte de pontos históricos que marcam o ministério pastoral no Brasil e passa pela transformação social e eclesial consequente da urbanização do país desafiando a Igreja bem como os pastores a um ministério apropriado diante das transformações sociais.
Para Schütz, a cara da Igreja e do/a pastor/a deixam de ser rurais para ser urbanizadas. A igreja e seus pastores foram empurrados por uma avalanche de mudanças e informações. Dentre tantas, destaca-se que a tecnologia acha espaço na Igreja e a mulher encontra seu lugar no ministério pastoral e neste o autor destaca o pioneirismo da Igreja Metodista.
O convite de Schütz para uma nova contextualização da Igreja nos dias de hoje sem esquecer de seus princípios e do modelo pastoral oferecido por Wesley, tendo um olhar pastoral valorizando as pessoas no século XXI. Sendo assim é necessário ‘reimplantar a Igreja a partir da visão trinitária de Deus’[1] segundo as palavras do autor para exercer um ministério abrangente e plural numa sociedade em constante transformação. O autor também enfatiza a necessidade de capacitação continuada da liderança para alcançar os diversos desafios que se apresentam na comunidade.
O tema do ministério feminino é privilegiado pelo testemunho de uma das pastoras pioneiras no Brasil, a Revda. Zeni de Lima Soares no texto ‘Trinta anos de Ministério Pastoral Feminino na Igreja Metodista’. A autora testemunha desde a aprovação do ministério pastoral feminino no Concílio Geral, sua ordenação e início do ministério com crianças, pobres e desabrigados. Testemunha de lutas sociais em busca dos direitos humanos, a pastora enriquece seu texto com descrições de situações que viveu e influenciaram em seu ministério.
A autora manifesta sua indignação com a injustiça praticada com a mulher na Igreja durante tato tempo e a dificuldade da adaptação que também tem demorado muito. O texto propõe um olhar para a realidade social brasileira que estatisticamente é muito mais feminina do que masculina, mostrando a eficácia do ministério feminino nos dias atuais. A proposta do texto é que a Igreja acompanhe a sociedade e que as mulheres como maior parte do ‘bolo social’ se descubram e exerçam seu ministério, vocacionadas por Deus.
Atividades públicas e privadas do ministério pastoral é o texto do bispo Josué Adam Lazier direcionado à vida prática e pessoal dos pastores e pastoras, fruto de sua observação como pastor, colega e pastor de pastores (bispo). A orientação do texto é que o/a pastor/a saiba diferenciar em seu ministério quais são as ‘atividades publicas e privadas’ aproveitando bem seu tempo de forma equilibrada e também que a Igreja reconheça a ampla diversidade de ações no ministério pastoral mesmo quando ninguém vê.
As atividades públicas destacadas são: a pregação –púlpito- como local de maior importância para o pastor/a, pois é neste momento que ministra à Igreja; a porta do templo –dimensão profética e sacerdotal- quando o/a pastor/a acolhe e despede da comunidade tendo oportunidade contato pessoal com as pessoas; a sala da casa –visitação- o momento em que a Igreja vê o/a pastor/a mais perto de si em sua realidade cotidiana.
As atividades privadas são: a oração, como forma de preparação pessoal para o ministério e vida cristã; estudo e leitura da Bíblia, em preparação pessoal e para ministrar à comunidade; e o aconselhamento pastoral, que é um momento onde o/a pastor/a geralmente é visto apenas pela pessoa que atende.
O texto traz muitas contribuições praticas para a vida do/a pastor/a. Tanto as atividades privadas como as públicas têm suma importância no ministério pastoral e precisam ser bem direcionadas e intercaladas para um bom equilíbrio, pois uma depende da outra.
O professor Rui de Souza Josgrilberg apresenta o texto A Igreja e o ministério na crise de uma sociedade de meios tratando sobre as dificuldades enfrentadas pela igreja e seus pastores na sociedade atual. O autor começa o assunto crise na gênese e fundamentos do ministério pastoral que desde o começo enfrenta e trabalha com crises.
O interessante na conclusão do autor é que em meio a uma sociedade que valoriza mais as coisas do que as pessoas e à constante busca das pessoas em ser destacadas achando seu espaço, o carisma ou vocação pastoral não pertence à pessoa do/a pastor/a e sim à Igreja e esta concede à/o pastor/a o carisma necessário para o ministério movido pelo Espírito Santo de Deus frente aos desafios encontrados.
O professor Rui lembra que o ministério pastoral metodista possui marcas peculiares que ajudam a entender e lidar com crises sociais e eclesiásticas. A tradição metodista do ministério leigo, trabalho social e expansão missionária demonstram isso claramente. Por isso tanto a Igreja como o/a pastor/a, devem em harmonia, estar atentos aos desafios que se lhe apresentam ao redor para encará-los como oportunidades proporcionadas por Deus.
Tércio Machado Siqueira no texto Discutindo a vocação a partir de Moisés trata o tema vocação com base bíblica enfatizando o personagem de Moisés como exemplo de vocacionado. Em sua análise do texto trabalha o exemplo do chamado de Moisés como Divino e não humano, ou seja, Deus é quem escolhe e chama seus servos para a obra que precisa ser realizada. O autor destaca a centralidade da ação Divina no chamado. Deus é quem vê os problemas enfrentados pela comunidade, bem como a pessoa disposta era usada por Ele e assim vocaciona enviando a pessoa certa para o lugar certo. Este é o segredo do sucesso da Missão.
Um estudo Bíblico baseado em Romanos 8.18-25 é apresentado pelo professor Paulo Roberto Garcia no texto A vocação em uma perspectiva neotestamentária abordando as experiências bíblicas do chamado ministerial onde a partir de um fato fundante a vida de uma pessoa e a história de um povo inteiro é mudada.
A perícope de Romanos 8 fala da ação do Espírito Santo e como diz o autor funciona como uma ‘dobradiça’ dividindo o livro em dois blocos, o primeiro –capítulos 1-7- fala da incapacidade humana de cumprir a lei e o segundo bloco –capítulos 9-16- fala da vida vivida pela graça. O autor traça uma profunda exegese do texto bíblico desde a tradução até a aplicação do mesmo. Primeiramente a vocação é para ser cristão/ã e depois para o ministério pastoral e este para pastorear pessoas vocacionadas a ser cristãs/ãos e juntos, homens e mulheres para ser igreja.
O bispo João Alves de Oliveira Filho no texto Vocação e Identidade, fala sobre a vocação e identidade citando primeiramente a forma de percepção humana e o argumento que pode-se perceber para o chamado ou vocação, no caso, de forma racional ou emocional.
A definição do termo vocação é ampla, contudo no sentido religioso designa o chamamento, convocação, escolha de Deus por pessoas que possam fazer sua obra. Quem vocaciona o pastorado é Deus.
A formação da pessoa influencia o tipo de vocação que esta seguirá, porém não determina “portanto vocação é nossa formação, o que somos, o que poderemos ser e até onde poderemos chegar. Vocação é o conteúdo do nosso ser, a imagem gravada em nós”[2].
Vocação e identidade é o texto da professora Blanches de Paula, abordando o ponto mais importante no chamado pastoral que são as pessoas e principalmente a pessoa do/a pastor/a, buscando entender suas culturas e a formação da identidade. O/a pastor/a precisa estar certo de quem é bem como de Quem o chamou e vocacionou, bem como de identificar-se com o ministério e com a comunidade onde exerce seu ministério.
Para ilustrar a identidade pastoral e a vocação, a autora usa a alegoria do espelho e o direciona ora para a pessoa vocacionada, ora para a vocação em si, ora com a identifica-ação ou a forma como a pessoa age e se identifica na sociedade. A autora pontua alguns reflexos deste ‘espelho’ como o ministério profético do/a pastor/a, seu caráter libertador, a tradição missionária metodista, a vocação como princípio pessoal e de fé, e a necessidade de revisar o sentido de vocação nas igrejas latino-americanas e de seus respectivos pastores/as reverem se seus paradigmas e identidade pastoral se identificam com a comunidade.
A bispa Marisa de Freitas Ferreira Coutinho contribui com o texto Desafios no Ministério Pastoral no Brasil de Hoje enfatizando a vocação feminina no ministério pastoral em meio a um mundo moderno onde a mulher encontra espaço em todos os escalões da sociedade e ainda luta para achar seu espaço na igreja.
A questão apresentada é se o ministério feminino é fruto do liberalismo ou da vontade de Deus para a Igreja e a partir daí a bispa apresenta sua convicções baseada em princípio bíblicos e metodistas de que Deus tem conduzido a Igreja a ser pastora no mundo e através da Igreja tem vocacionado homens e mulheres para o ministério pastoral e apresenta desafios para que a igreja faça do ministério feminino não apenas uma realidade mas uma potencialidade para alcançar vidas.
O tema do ministério feminino continua sendo discutido pela pastora Margarida Ribeiro no texto As mulheres e a Vocação com bases bíblicas para o Antigo e Novo Testamentos, na história da Igreja e no metodismo brasileiro citando muitos nomes de mulheres que foram chamadas e vocacionadas por Deus para a Missão e que embora tenha lutado muitas vezes sem reconhecimento hoje é notório o importante papel que exerceram em sua geração.
Margarida chama atenção para a realidade atual e estatística da Igreja Metodista onde mais da metade de seus membros são mulheres e conclui que a Igreja precisa cada vez mais estar convicta de sua aceitação do ministério feminino e da eficiência do mesmo.
O pastor Antônio Olímpio de Sant’Ana apresenta o texto sobre Pastoral de Combate ao Racismo, a discriminação, ao preconceito e à intolerância contando experiências desde quando foi seminarista e como pastor por mais de quarenta anos enfrentando o preconceito racial. Observando o comportamento social e da Igreja frente ao problema reconhece um grande avanço mesmo diante de uma longa caminhada que ainda há pela frente. Numa segunda parte de seu texto, o autor traz um histórico da caminhada do negro na Igreja mostrando as lutas e conquistas.
A Igreja Metodista começou esta caminhada cedo e tem exercido papel fundamental no meio cristão e na sociedade para a inclusão de pessoas discriminadas. O autor cita o Plano para a Vida e Missão como um documento decisivo para demonstrar a solidariedade e luta pelo justiça travada pela Igreja Metodista. Destaca também a influência dos seminários teológico na produção do pensamento teológico crítico contra a discriminação.
Em continuação ao tema de ministérios específicos o professor Nicanor Lopes traz o texto Vocação e Ministério específico abordando a eclesiologia metodista de dons e ministérios, a doutrina protestante do sacerdócio universal de todos os crentes e a forte influência leiga no ministério de Wesley. Além disso, demonstra claramente a mudança que o Brasil passou desde a década de 70 quando deixa de ser um país rural para ser uma nação urbanizada. A proposta do texto é que a Igreja atenda à demanda da sociedade e movida pelo Espírito Santo exerça inúmeros ministérios para atender aos desafios sociais.
O bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa fala sobre Desafios vocacionais para uma igreja ministerial convidando a uma reflexão à luz dos documentos oficiais da Igreja Metodista que trazem um discurso comum convidando a Igreja a exercer sua vocação ministerial. Num segundo momento se dedica especificamente ao ministério pastoral e ao Plano Nacional apontando as metas e os desafios que precisam ser focados pelo/a pastor/a e para isso o autor pontua diversas propostas para harmonizar Igreja, documentos da missão, pastores e sociedade abrindo rumos para o exercício de vocações e ministérios específicos.
O último texto é do bispo Adriel de Souza Maia, Missão pastoral no Brasil hoje ressaltando o pioneirismo do metodismo brasileiro frente aos desafios sociais, o que está registrado em seus documentos e planejamentos nacionais. Assim o bispo convida a entender melhor o contexto da missão e os desafios pastorais no Brasil hoje diante de exemplos e dados estatísticos que mostram onde a Igreja está sendo desafiada a oportunizar sua ação pastoral na sociedade brasileira.

“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos”. II Timóteo 1.9

Quando nos vemos diante dos desafios que nos surpreendem e muitas vezes não somos nós quem os enfrentamos, pois somos enfrentados por eles sentimo-nos impotentes diante da grandeza de Deus e dos problemas ao redor. Contudo se tivermos a consciência de que Deus é quem chama e dá as ferramentas, bem como as condições emocionais e espirituais que precisamos, podemos agir com tranquilidade.
A capacidade para o pastorado provém da dependência de Deus para a Missão. Assim a esperança do/a pastor/a deve ser em Deus! O chamado pastoral vem de Deus. Ele é quem vê e escolhe quem vai fazer Sua obra.
Quando Deus envia alguém é em resposta às orações e necessidades de seu povo. O clamor dos aflitos é a causa do chamado. Assim a missão deve ir de encontro aos desafios da comunidade e sociedade ao redor da Igreja.
Os riscos e dificuldades não significam que Deus não está apoiando ou aprovando o enviado Grandes homens de Deus foram chamados em meio a impossibilidades e não tiveram medo de correr riscos, rompendo as barreiras que lhe eram impostas.

[1] Pág. 30
[2] pág.113.

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