
Édson de Faria Francisco. LÍNGUA GREGA: PERÍODOS HISTÓRICOS E CARACTERÍSTICAS.
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A origem da língua grega foi por volta de 1400 antes de
Cristo. O idioma faz parte do ramo indo-europeu. Passou por vários períodos:
formativo, entre 1500-900 a.C.; clássico entre 900-330 a.C.; coiné, entre 330
a.C. a 330 d.C.; bizantino, entre 330-1453 e o moderno de 1453 até o século
XXI.
A língua grega sempre possuiu muitos dialetos, talvez
porque cada cidade tinha seu próprio governo como um estado independente e
falando sua língua de sua forma peculiar. Em diversos períodos alguns destes
dialetos tiveram momentos que se destacaram pela influência cultural de sua
cidade de origem, por motivos político-econômicos e principalmente pela
produção literária como o dialeto grego Ático que foi usado por vários autores
conhecidos.
O dialeto
grego Coiné destaca-se por ser uma forma muito popular da língua, mais usada
pelos falantes do idioma desde o alto Egito até a Mesopotâmia. A própria
palavra Coiné significa comum ou vulgar. Era uma linguagem não literária que
recebeu muitas influências de elementos hebraicos, aramaicos, coptas e persas.
A Septuaginta
(LXX) é a tradução do Antigo Testamento para o grego Coiné. Nela, as palavras
ganharam sentidos mais amplos e com novas tonalidades semânticas. Neste texto
que marcou e difundiu muito a língua, a qualidade da tradução começa fiel, mas
vai decaindo até o final com tradução mais livre.
O Novo
Testamento foi escrito em grego coiné, com a característica de ser mais
coloquial do que o coiné utilizado na LXX, devido a forte influência de semitismos
com palavras, influência da sintaxe e de traduções do hebraico e aramaico para
o grego. No N.T. o coiné apresenta vários níveis: Marcos traz uma linguagem
mais coloquial; Mateus, intermediária e Lucas e Atos, um grego superior muito
culto. João e as cartas com seu nome possuem um grego puro no vocábulo e na
gramática e as cartas de Paulo foram escritas em coiné muito regular com forte
influência da LXX. O Apocalipse apresenta o coiné muito simples com o mais
baixo nível do N.T.
O coiné trouxe
novos sentidos de muitas palavras do aramaico, do hebraico e outras línguas
semíticas enriquecendo o significado do texto bíblico. Muitos textos
importantes servem de fonte para a coiné além da LXX e do N.T. como os
apócrifos do N.T., as obras de Epíteto, de Flávio Josefo e vários autores
patrísticos.
Até o grego se
unificar como língua, passou por muitos períodos e por dois momentos a forma
arcaica e purista conhecida como katharévousa foi instituída como oficial, mas
o coiné, por sua popularidade prevaleceu e deu origem ao grego moderno ou
Demótico que hoje é falado por cerca de 11 milhões de pessoas na Grécia, Chipre
e Creta.
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