Teologia do Corpo - José Comblin

José Comblin. “O corpo” (pp. 76- 116). In: Antropologia Cristã. Petrópolis/RJ: Vozes, 1985.

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A cultura grega trata o corpo físico como sendo mau e o intelecto como bom. Para a fé cristã de origem judaica não há essa separação. Corpo é tudo o que o homem é. Embora o novo testamento utilize termos gregos para falar do corpo, na verdade carrega o sentido hebraico das palavras que expressam o ser humano em sua totalidade.

Jesus viveu num corpo humano normal; sofreu; morreu e ressuscitou este corpo com a promessa de ressuscita seus fiéis que ajudaram ao próximo de forma concreta em seu corpo.

Essa cultura grega transmitiu para um a igreja um dualismo que separa e contrapõe o corpo da alma. Criando várias heresias, gerando culpas e justificando inúmeros erros sociais e religiosos como a escravidão e a inquisição. O século atual esqueceu se dessa doutrina da mortificação e partiu para estremo da glorificação do corpo aos prazeres por este desejado.

O corpo é meio comunicação da alma com o corpo de um próximo para expressar o amor Deus. O corpo tem em si a consciência com inúmeras expressões que são conhecidas e pesquisadas. Contudo o mais fundo do ser só pode ser conhecido por Deus.

A sexualidade é algo que não pode ser negada ao corpo. A igreja precisa aprender a falar sobre este tema. O mundo moderno já se libertou do silêncio primitivo sobre sexo, contudo o ensina de modo deturpado e perigoso que tem destruído as famílias. A mulher deve ser valorizada em igualdade ao homem como Deus lhe criou idônea.

A morte dá fim ao corpo físico, mas não à alma deste corpo. Por isso mesmo sem entender, o homem luta pela vida e a igreja deve entrar nessa luta para vencer a morte com Cristo que ressuscitou para garantir a vitória.