BLIKSTEIN, Izidoro, 1938 – Técnicas de Comunicação Escrita / Izidoro Blikstein – 22ª Edição. São Paulo: Ática, 2006.
O professor
Izidoro Blikstein em seu livro TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO ESCRITA orienta de forma
muito clara, objetiva e descontraída sobre como escrever bem. O autor utiliza
histórias para exemplificar, ilustrações, gráficos, esquemas e resumos que
auxiliam na compreensão do leitor.
No primeiro
capítulo intitulado ‘Quem não escreve bem... perde o trem!’, conta-se a
história do gerente apressado que manda um bilhete mal escrito para sua
secretária e perde não só o trem como um importante negócio. Em seu bilhete o
gerente apressado não explicou corretamente o horário do trem e provocou uma
confusão. Essa história é então utilizada em todo o livro para ilustrar a tese.
Assim já é provada a importância de escrever bem para alcançar os objetivos
desejados.
Segredos da
Comunicação Escrita (título extraído) são apresentados no segundo capítulo que
inicia dizendo que é importante obedecer às regras gramaticais, procurar a
clareza e agradar o leitor. Assim são apresentados três tropeços de quem
escreve mal e três segredos para escrever bem.
O primeiro
tropeço é: se o texto for escrito de maneira errada, a resposta será errada. O
segredo para evitar tal tropeço é escrever uma mensagem correta, bem clara para
alcançar o resultado esperado. O objetivo da comunicação é obter resposta.
Ninguém pode adivinhar o que se passa na cabeça do outro, por isso quem escreve
precisa passar com clareza seus objetivos para o leitor entender e reagir de
forma correta.
O segundo
tropeço acontece quando a ideia é clara e brilhante, mas só na cabeça do autor.
Cada pessoa tem uma forma de pensar diferente por isso é preciso expor a idéia
da forma como o outro compreende. O segredo para corrigir este tropeço é
escrever bem tornando o pensamento conhecido ao leitor para alcançar o objetivo
comum.
O terceiro
tropeço é escrever dirigindo-se ao leitor com a devida simpatia e educação para
motivar a resposta desejada. O segredo para não cometer este erro é persuadir
com uma linguagem agradável e motivadora.
Baseado nestes
três segredos pode-se estabelecer o que o autor denomina ‘o tripé da
comunicação escrita’ que seria tornar comum, produzir resposta e persuadir.
Contudo existem os ruídos que tentam abalar as três bases deste tripé para
derrubá-lo. Estes ruídos podem ser de interferência física (um texto não
atraente, mal escrito), cultural (um texto que não fale a língua do leitor) ou
psicológica (um texto que não agrade o leitor) e devem ser combatidos.
O capítulo três,
Estrutura e Funcionamento da Comunicação, estabelece o remetente, a mensagem e
o destinatário como peças fundamentais à comunicação eficaz. A mensagem é a
ideia de alcançar uma resposta, o remetente é o autor ou transmissor desta
ideia e o destinatário é quem deve decifrar a mensagem e responder de acordo
com a ideia desejada pelo remetente. O remetente é estimulado por uma mensagem
que envia ao destinatário e este é motivado através da mesma a gerar uma
resposta ao destinatário.
Para que a
comunicação alcance seu objetivo é preciso ter uma boa mensagem que transmita a
ideia de forma que o leitor possa pegá-la. Para isso é preciso utilizar
estímulos físicos ou signos que possam ser compreendidos.
O código é um
instrumento útil para uma comunicação adequada. Código ou signo é a associação
entre um significado ou mensagem e um significante ou imagem que juntos podem
ser descodificados corretamente pelo destinatário.
Cada pessoa
carrega consigo uma bagagem de experiências que formam sua linguagem, por isso
é preciso utilizar sempre os códigos fechados que são conhecidos e
convencionados por todos, evitando mal entendidos. Os códigos abertos podem ter
mais um significado e só devem ser usados quando se espera diversas
interpretações e reações como resposta. Para uma utilização correta dos códigos
o remetente precisa conhecer o repertório do destinatário tomando cuidado para
não criar estereótipos a respeito deste. Depois de fazer tudo isso ainda é
preciso utilizar o veículo ou meio correto para comunicar a mensagem de forma
que atinja o objetivo que é ter uma resposta do destinatário.
O quarto
capítulo apresenta os ‘ganchos para agarrar o leitor’. O autor conta uma nova
história do gerente apressado desta vez em outra empresa onde deveria
apresentar um manual de prevenção de acidentes e através do sindicato de
trabalhadores foi elaborado um livrinho de cordel com linguagem fácil e
ilustrado para chamar atenção dos operários.
Assim o autor ensina três ganchos para ‘pescar’ o leitor.
O primeiro
gancho é esfriar a mensagem ou não sobrecarregá-la com muitas informações ao
mesmo tempo. O gancho frio ajuda o leitor a entender melhor o texto apresentado
e gravar a mensagem. O segundo gancho é utilizar imagens, gráfico ou esquemas
que demonstrem o que está sendo falado no texto. A utilização de ícones pode ajudar na
apresentação e descodificação da mensagem. A mensagem escrita é linear e por
isso cansativa, contudo pode ganhar uma dose iconicidade se apresentada de
maneira concisa, um texto claro e bem planejado e com uma disposição visual
atraente que chame a atenção do leitor. O terceiro gancho consiste em comover
ou assustar o leitor de forma que seja despertado para compreender o
significado do texto.
Além de tão bem
explicado, o livro ainda traz no capítulo cinco uma Receita para a Eficácia da
Comunicação Escrita, ou seja, um resumo de tudo o que foi falado em forma de um
esquema que pode ser usado facilmente na hora de escrever uma mensagem. E no
capítulo 6 um Vocabulário Crítico dos termos técnicos utilizados no livro com o
significado trabalhado pelo autor, o que foi uma atitude coerente para não
haver confusão na descodificação dos significados que podem ser diferentes para
o autor e os leitores.
O gerente
apressado tem um pouco de cada um que se precipita ao interpretar ou redigir
uma mensagem, então para provocar a reação deseja ou reagir corretamente é
preciso dedicar um pouco de tempo para não perder tempo, pois ‘escrever bem é uma questão de
sobrevivência’ (pág. 16).
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