
AQUINO Felipe. Para Entender a Reforma Protestante. Cleofas; 1ª edição: 2016.
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Primariamente, os reformadores
avaliaram que um ponto crucial de Deus é o seu amor. Lutero ao perpassar pela
sua experiência cristã, percebeu a misericórdia de Deus e o seu amor
libertando-se do imaginário medieval da justiça incondicional da divindade
distante e severa.
Os
demais pensadores constrangidos também por esse confronto com a essência do
amor, formataram seus ideais nesse principio. Zwínglio configurando sua
percepção na imagem do Bom Pastor observa a onipotência de Deus e sua
infindável misericórdia.
Melanchton
admitiu o mesmo conceito partindo da revelação da qualificação de Deus e nos
evangelhos que promulga a essência seu afeto. Calvino, mesmo julgado pela
doutrina da predestinação que outrora denotaria um amor arbitrário, admite que
a misericórdia de Deus é “suficiente pra possuir a certeza
inabalável”(Strohl,p.125). Tudo isto sob a consciência de que não basta apenas
conhece-lo, mas deve-se seguir sua vontade.
Quanto
ao caráter trinitário de Deus, Lutero seguiu o padrão agostiniano de conceber
esse mistério divino, alegando ser necessário conhece-lo. Essa iniciativa de
encontrá-lo envolve a percepção de sua vontade que está interligada com a revelação
de Deus através de Jesus o qual só é compreendido mediante o Espírito Santo.
Ainda
inspirado em Santo
Agostinho, Lutero percebe em Cristo o homem meio pelo qual
Deus é manifesto em sua vontade para com a humanidade.
Melanchton
preferiu basear-se nos escritos da Igreja antiga apegando-se a experiência com
Espírito, isto com a finalidade de demonstrar o caráter regenerador provocado
por essa ação sobrenatural.
Fazendo relação entre os
pensadores, nota-se, segundo o que Henri demonstra que todos os reformistas
concordam entre si ao relacionarem Deus, Cristo e o Espírito.
Portanto, tanto Lutero quanto
Calvino admitem o Deus do Antigo Testamento remetendo-se a redenção de Cristo e
ação do Espírito. Melanchton se agrega a esses pensadores quando concorda que o
mistério da trindade transcende ao entendimento humano. Calvino ainda se aprofunda mais ao
assunto ao discursar a evidência da divindade do Espírito Santo, reforçando seu
dogma.
No
que diz respeito à santidade de Deus, a mesma está de maneira indissociável com
a manifestação do amor.
Mais
especificamente, segundo Lutero a santidade de Deus apresentada de forma
isolada de seu amor ocasiona no homem pavor, portanto é necessário respaldar
tal pureza com a caridade e misericórdia divina. Misericórdia esta, que também
envolve a correção, para isto, Lutero usufrui da imagem de um pai amoroso que
disciplina o filho a fim de levá-lo a crescer e não cometer novamente o delito
que pode prejudicá-lo.
Portanto,
Lutero trabalha a santidade divina em conjunto com o amor e com a disciplina de
Deus. Zwínglio, no entanto, molda suas concepções de santidade e ira divina
baseando-se nas reações de vários homens da Bíblia que deliberaram por inúmeras
vezes ações consideradas como furor divino, apresentando esse padrão
correlacionado com a vontade divina.
Da
mesma forma que Lutero, porém diferindo quanto à criação de uma terminologia,
Calvino discursa a santidade concomitantemente relacionada com o amor,
afirmando ser tais atributos pertencentes à glória de Deus. Em outras palavras,
Calvino ilustra suas concepções sobre o tema, alegando que Deus manifesta seu
amor através da salvação, como também a santidade através da condenação.
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