Manto de Cristo - Lloyd C. Douglas

O Manto de Cristo é um romance histórico e religioso escrito por Lloyd C. Douglas , publicado originalmente em 1942. A obra gira em torno de Marcellus Gallio , um jovem centurião romano que  por punição política, é enviado à Palestina. Lá, ele participa da crucificação de Jesus e, por acaso, ganha sua túnica em um jogo de dados. A partir desse momento, Marcellus começa a sofrer crises emocionais e espirituais, sentindo-se profundamente perturbado pelo que presenciou e pelo estranho poder que o manto parece exercer sobre ele. Enquanto Marcellus tenta compreender o significado do manto e lida com uma crescente crise de fé e identidade. Ao longo do caminho, ele encontra personagens marcantes e é confrontado com os valores do cristianismo nascente, em contraste com os costumes decadentes do Império Romano. Movido por uma inquietação crescente, ele parte em uma jornada para descobrir quem foi Jesus. Ao lado de seu escravo e amigo Demétrio , Marcellus encontra discípulos e se...

Origens Intelectuais da Reforma - Alister Mcgrath

Origens Intelectuais da Reforma - Alister Mcgrath

MCGRATH Alister. Origens Intelectuais da Reforma. Cultura Cristã; 1ª edição: 2019.

Segundo o pensamento da Idade Média, a Igreja era a demonstração do poder de Deus na terra, portanto, quem era excomungado estava exposto ao castigo divino. Lutero ao ser excluído da Eclésia romana em 1520, obtinha uma nova certeza de que tal fato não interferiria em sua salvação.

A nova concepção do reformador era que todo aquele que seguia a Cristo pertencia a uma igreja invisível, que era segundo Lutero, permanente no coração dos fiéis, os quais poderiam por direito exercer o sacerdócio universal. Todavia Lutero reconhecia a Igreja romana como parte dessa Igreja na terra.

Ao defender suas 95 teses, Lutero reforça a autoridade temporal da Igreja, admitindo a carência de se obedecer a seu poder. Baseando - se nos escritos de São Bernardo e de São Francisco, Lutero afirma que o caráter da Igreja é servir, sendo assim, a comunidade deve se dispor em ajudar os mecanismos humanos de ordem social como o estado.

A posteriori, o discurso de Lutero gira em torno da seguinte questão: “Como identificar os membros da Igreja invisível?”. A resposta iminente dessa questão envolve de duas ações, que consistem no batismo e o evangelho. Mais especificamente, pelo que explica Lutero, se existem manifestações do evangelho e dos sacramentos em um determinado ambiente, ali há uma comunidade cristã, portanto naquele cenário existe a igreja.

Logo, refutava Martinho o poder abusivo da Igreja romana, afirmando ser contraria a palavra o exclusivismo ministerial propagado por Roma. 

Todavia, Lutero admitia a intervenção de líderes eclesiásticos, formando um conceito de que a missão foi delegada a especificas pessoas as quais devem exercer o sacerdócio com desapego de poder. Considerava ainda o reformador, uma assembleia para o auxilio das decisões da igreja, constituídas por poderes temporais e eclesiásticos, que seriam delegadas dessa conjuntura.

A análise estrutural de Lutero está focada nas funções dos componentes dessas assembleias que obteriam por função viabilizar a pregação do evangelho, formando posteriormente grupos locais que emancipados se tornariam paróquias.

As revoltas de cunho social advindas do pretexto da Reforma impulsionaram Lutero a avaliar a Igreja como praticante da fraternidade; causando-lhe profundo descontentamento ao ver amotinações de disputa de poder se camuflar na suposta “iluminação” espiritual proporcionada pelos pensamentos do reformista.

O reformador visava permitir que todos ouvissem a palavra de Deus, a estrutura da igreja, mediante ao que afirma Marinho viria segundo a vontade de Cristo.

Melanchton, mesmo influenciado por Lutero, evitou admitir comparações da Igreja com qualquer instituição, admitindo-a como administradora dos bens que revela a graça do Senhor.

Para Zwínglio, que comunga com Lutero, a Igreja se constitui na reunião dos fieis, alegando, porém que Deus se dá a conhecer apenas a quem deseja. À medida que aborda o assunto Zwínglio declara que a bíblia é um instrumento de organização social, delegando a comunidade de fé o poder de julgar e educar segundo seus padrões.

Tal concepção de Zwínglio de estender o sistema organizacional que formatou ao social levou-o a estabelecer interligações entre direito e a moral cristã, difundindo idéias teocráticas, causando em fim serias divergências com Lutero.

Da primeira geração de reformadores, Bucer é o que mais se apega as questões clericais. A situação a qual estava inserido levou o pensador de Estraburgo a discursar sobre problemas iminentes entre Igreja e Estado.

Temendo a deturpação da nova ordem estabelecida na religião, risco constante devido a ações de devidos grupos como os anabatistas e os espiritualistas que se opunham ao ideal de Estado cristão aderido por Bucer.

Para respaldar teoricamente o que defendia, Bucer descreve sua concepção de igreja como um mecanismo administrativo da graça de Deus, baseando-se no Evangelho segundo São Mateus e na Epístola de Romanos. Sua proposta gira em torno da Igreja como órgão educador equipado com poder que visa proclamar Cristo.

Melanchton confirmava em seu ideal a mensagem como doutrina, que deve segundo ele, ser formulada pelos magistrados que são determinados membros da Igreja.

Nota-se que tanto Lutero, quanto Calvino e Bucer, por muitas vezes comungam com os ideais de Melanchton.

Calvino reconhece a igreja como o ajuntamento dos eleitos que deve promover a ajuda mútua, que carece possuir regras e características de uma comunidade religiosa. 

 

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