
FERNANDES, Fernando. O prazer de ensinar e aprender. Série Recriar. 2002. São Paulo: CONEC: Coordenação Nacional de Educação Cristã, Igreja Metodista. 80 pág.
O texto de Fernando Fernandes, O prazer de ensinar e aprender aborda sobre prática de ensino de modo geral aplicável a qualquer ambiente educativo. O autor utiliza de conceitos básicos e fáceis de memorizar com exemplos claros da aplicação dos mesmos conceitos. Para cada exemplo, um pequeno ‘roteiro prático’ é exposto à margem para melhor entendimento.
As sugestões de atividades vivenciais, trazem muitas atividades e exemplos criativos a serem utilizados em sala de aula. É um material para não ser esquecido e colocado frequentemente em prática.
Todas as pessoas vivem um processo educativo contínuo, mesmo que não o percebam. Da mesma maneira o conhecimento também é transmitido constantemente. Contudo, para haver êxito no ensino e na aprendizagem é preciso conhecer os processos que os orientam corretamente.
Metodologia de ensino é o caminho escolhido para ensinar, ou as estratégias para transmitir o conhecimento. A didática, de forma mais específica, é a técnica de ensino que de forma crítica apresenta tanto a teoria como a prática.
Ao discorrer sobre os métodos, o autor conceitua como a direção, caminho ou meta que se almeja alcançar e os classifica em:
-Diretivos (tradicionais) quando o aluno é passivo e o professor transmite o conhecimento. Ex: a exposição verbal.
-Ativos (modernos) quando professor e aluno participam da descoberta desejada. Podendo ser estes individualizados: o aluno trabalha sozinho; socializados, ou em grupos e sócio individualizados, as vezes sozinhos e outras em grupo. Ex: dinâmica de grupo.
Estratégias de ensino são os meios ou opções para aplicar o método. A técnica é a maneira específica para cumprir a estratégia. Algumas técnicas proporcionam simulações da realidade como por exemplo a dinâmica de grupo, jogos recreativos, brincadeiras, dramatização, demonstração e estudo de caso. Discussão do tema proposto em grupos ou com toda a turma é uma estratégia muito eficiente.
Os recursos para o ensino são os elementos disponíveis no ambiente da aprendizagem. O objetivo destes é estimular, dar ao aluno o desejo de aprender. Os recursos facilitam as técnicas, estratégias e métodos de ensino.
Para escolher o recurso correto para a aula é preciso ter em vista o objetivo desejado, saber manusear bem o recurso, adapta-lo às condições do ambiente ou vice-versa, diversificar os recursos para não ser exaustivo e conduzir tudo para o objetivo da aprendizagem.
O maior de todos os recursos é o humano e precisa ser explorado de forma criativa para dar luz a outros recursos desde através de matérias recicláveis e simples até a melhor tecnologia. O autor exemplifica cada recurso explicando como utilizá-los corretamente.
Os recursos podem ser classificados como:
-Visuais: quadro branco ou de giz, transparências, bloco de papel (flip-chart), álbum seriado, cartazes, mapas, gráficos, fotografias, slides, modelos e objetos, etc.
-Auditivos: a voz e a fala, bem como sons diversos de músicas e outros.
-Audiovisuais: Televisão, cinema, projetor multimídia (data-show).
O papel do educador é de facilitador da aprendizagem e para se tornar acessível ao aluno, o educador precisa bater na porta da afetividade para que o processo de educação não seja interrompido. O facilitador precisa ouvir com intensidade e saber falar com clareza agradável.
O processo de comunicação é prejudicado quando ruídos distorcem a mensagem, ou se é filtrado, deixando apenas uma parte do significado desejado ou até mesmo bloqueado, quando o aluno não consegue aprender por não se sentir bem com o professor.
O planejamento do ensino permite um melhor aproveitamento do conteúdo a ser explorado. Para isso o facilitador precisa ter um plano geral, sobre o curso ou disciplina e para cada encontro formular um plano de aula, formado pelos objetivos específicos, escolha e definição dos conteúdos, métodos, estratégias e técnicas de ensino.
A avaliação traz um feedback do que foi transmitido. Contudo, as reações e comportamentos do grupo, bem como o desempenho do próprio professor precisam de avaliação. Isso deve acontecer de forma positiva e agradável. Para isso o facilitador precisa ser criativo. O objetivo da avaliação não é reprovar, mas descobrir o que já foi alcançado para seguir em frente ou retomar o que faltou.
A pedagogia, segundo Claudino Pileette é ‘o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos ao fenômeno educativo’. Contudo, de acordo com o autor a etimologia da palavra pedagogia refere-se diretamente ao ensino infantil, por isso um novo conceito de ensino direcionado especificamente ao público adulto, também alvo da educação, denominado andragogia.
O ensino de adultos requer especial atenção, pois este precisa se sentir agente participativo do processo educativo e não apenas ser passivo de aprendizagem. A crítica desestimuladora, o medo de não saber aprender e lembranças frustrantes da infância são expectativas negativas presente no aluno adulto que o facilitador precisa saber evitar para conquistar a atenção e captação do conhecimento.
Aprendizagem significa ser moldado, mudar, passar por transformação em busca de melhorar. Cada pessoa aprende de uma forma e em tempos diferentes de acordo com suas diferenças individuais, sua motivação, capacidade de concentração, reações quanto ao novo, assimilação de conteúdos e aplicação prática do que foi aprendido.
Não há quem saiba tanto que não tenha nada a aprender e nem quem saiba tão pouco que não tenha nada a ensinar.
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