Manto de Cristo - Lloyd C. Douglas

O Manto de Cristo é um romance histórico e religioso escrito por Lloyd C. Douglas , publicado originalmente em 1942. A obra gira em torno de Marcellus Gallio , um jovem centurião romano que  por punição política, é enviado à Palestina. Lá, ele participa da crucificação de Jesus e, por acaso, ganha sua túnica em um jogo de dados. A partir desse momento, Marcellus começa a sofrer crises emocionais e espirituais, sentindo-se profundamente perturbado pelo que presenciou e pelo estranho poder que o manto parece exercer sobre ele. Enquanto Marcellus tenta compreender o significado do manto e lida com uma crescente crise de fé e identidade. Ao longo do caminho, ele encontra personagens marcantes e é confrontado com os valores do cristianismo nascente, em contraste com os costumes decadentes do Império Romano. Movido por uma inquietação crescente, ele parte em uma jornada para descobrir quem foi Jesus. Ao lado de seu escravo e amigo Demétrio , Marcellus encontra discípulos e se...

O Dossel Sagrado - Peter Berger

 livro dossel sagrado Peter Berger

BERGER, Peter Ludwig. O Dossel Sagrado: elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Edições Paulinas, 1985. Coleção Sociologia e Religião, vol. 2.

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 O tema religião é discutido em O DOSSEL SAGRADO, sob a ótica sociológica. Questões sociais são abordadas com riqueza de exemplos históricos e fatos contemporâneos. Muitos autores são citados por Peter Ludwig Berger, dentre os quais alguns sociólogos, historiadores, políticos e teólogos. Embora o autor se dedique mais às religiões ocidentais, as demais religiões são discutidas em um mesmo nível.

O livro parte do fenômeno humano de crer desde em si próprio até a criação de divindades. Discute também o percurso das igrejas na história e as implicações sociais e políticas que fizeram parte das mesmas.

Interessante a forma de estudo que precisa entender o homem para entender a religião. Na história da sociedade, vê-se mais a ação do homem legitimada por princípios religiosos do que uma real intervenção divina. Assim o livro tenta responsabilizar o homem por seus fatos sem também culpar a Deus ou ignorar a necessidade humana de crer no divino.

Na conclusão do trabalho é apresentada uma apreciação sobre a leitura, bem como a relevância da mesma para a o trabalho cotidiano na comunidade.

Discernir o que é humano e o que é espiritual na história torna-se um desafio de estudo sociológico. Não histórico, porque se limitaria a fatos e nem teológico porque partiria do princípio espiritual. A exemplo do apóstolo Paulo quando dizia “isso digo eu e não o Senhor” com humildade para assumir suas decisões, urge a necessidade de aprender a fazer essa separação.

Também é difícil julgar outros povos como pagãos quando entendemos que o fenômeno religioso manifestado neles é fruto de um processo criado por Deus. Isso me refere ao que o autor descreve ao falar sobre subjetivação, interiorização, objetivação e exteriorização.  Deste modo todas as crenças são naturais de manifestações humanas.

O perigo de divinizar ou demonizar costumes ou instituições é facilmente evitado quando entendemos que tudo que acontece é mais humano do que espiritual. A legitimação de princípios ou personagens pode ser considerada um crime contra a liberdade de expressão. Todos são livres para subjetivar seus mundos, interiorizá-los, objetivá-los e exteriorizá-los. Querer que outro interiorize o que objetivei é como impedi-lo de viver o que deseja ser.

No meio religioso há uma corrente busca de respostas. Quem tem mais respostas, tem mais fiéis. Dessa forma a teodicéia é trabalhada no meio sócio-religioso de forma que ilude as pessoas com respostas que ninguém tem. Na verdade existem perguntas que não têm respostas. Assumir isso não é motivo de falta de fé.

A igreja precisa ter o cuidado de não alienar as pessoas do mundo que as cerca. Negar o humano, mesmo com a tentativa de alcançar o divino é expor-se à grande queda. Uma verdadeira fé não teme ser exposta a outras pessoas. O tempo de repressão das expressões pessoais já foi vencido e hoje é preciso aprender conviver com as diferenças para não inibir o próximo.

A secularização tem o caráter positivo de trazer o homem de volta à terra e deixar Deus ser o Senhor lá do céu e sobre a terra. Os papéis estavam invertidos, o homem se sentiu divino e muitas coisas terrenas foram espiritualizadas.

Em nossas comunidades de fé precisamos aprender a respeitar as expressões pessoais de fé dos nossos irmãos para fortalecer os laços sociais da família cristã. Humildade para reconhecer os limites dando repostas sinceras ao povo sem a preocupação de perder uma postura espiritual que não é própria do homem. Também as exigências de santidade precisam deixar o nível sobre-humano.

Creio que o desejo de Jesus para sua igreja no âmbito social foi muito bem descrito ao ensinar a sermos “sal da terra e luz do mundo”. A igreja precisa aprender a objetivar seus sonhos e exteriorizar melhor sua fé. Deste modo outros verão e como na comunidade primitiva cairemos na simpatia do povo que naturalmente interiorizará o que cremos.


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