LINDBERG Carter. História da Reforma. Thomas Nelson Brasil; 1ª edição: 2017.
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Trabalhando a justificação pela
fé, ideal que sintetiza a finalidade da “Reforma”, Lutero expressa o caráter
libertador desse conceito ao demonstrar a restauração do homem mediante o papel
divino.
Em outras palavras, Lutero define
o efeito da fé na justificação de Cristo, definindo a atitude do crente como um
combate em fé através do serviço em amor a Deus. Afinal, denota sua posição
contra as indulgências alegando que tal ato não promove o verdadeiro
arrependimento em fé.
Melanchton comungava dos ideais de
Lutero, ao avaliar que o antigo testamento revela à lei e os evangelhos a
graça. Contudo Melanchton sugere o reconhecimento do pecado e o consolo
vivificante encontrado no perdão, sendo a salvação garantida aos homens através
do cumprimento de Cristo.
Bucer, no entanto concebe a
justificação como uma transformação do individuo e sua posterior vocação em
viver o amor pelo próximo.
Além disso, ressalta Bucer que a
finalidade da fé é tornar o homem filho de Deus voltado para uma disciplina
ativa.
Concomitantemente a Bucer, Capito
ainda prevê a justificação pela fé como meio pelo qual Cristo e Deus Pai são
revelados ao ser, regenerando paralelamente o individuo acrescendo sua fé.
Quanto a Zwínglio, o seu discurso
emana no livre arbítrio do homem para com Deus, dotado de uma natureza que
ambiciona conhecer o divino. Em outras palavras esse conhecimento é segundo
Zwínglio direcionado por Deus.
Esse
homem trabalhado por Zwínglio, ao escolher em seguir a Deus aprende que sua
natureza milita contra o que anseia buscar, descobrindo vários opositores de
sua alma. Sendo Cristo através de seu sacrifício o remissor do homem, que ao
definir o caminho que deseja seguir deve buscar a contínua santificação.
Em
uma de suas famosas citações Zwínglio parte da iniciativa de apresentar o
benefício da salvação mediante ao conhecimento do mal o qual Cristo sofreu no
lugar da humanidade já, portanto, decaída pela queda de Adão e consciente desse
fato através da Lei de seus delitos.
A
partir daí, Zwínglio parte para o quesito das obras as quais Deus requer de
seus fiéis, afirmando em fim que as novas atitudes dos assim convertidos devem
ser seguidas por uma disciplina contínua.
Ecolampádio,
intrinsecamente envolvido pelos escritos de Lutero e as cartas de João,
instaurando a reforma em Basiléia, distinguia-se de Zwínglio quanto à expiação,
baseando-se na epístola aos Hebreus para citar que Jesus mediante sua atitude
sacrificial não anulou a ira de Deus que também é juiz. Seu principal objetivo
era afinal dar importância às devidas atitudes éticas da Igreja.
Calvino
de maneira mais contundente defende a fé “protestante”, visando reafirmar
Cristo como o único acesso a Deus de perpétuo sacrifício. Calvino formata seus
ideais de justificação com a cautela necessária para não desencadear uma
acomodação do crente na graça e impulsionar a santificação, trabalhando assim a
fé e seus efeitos, fazendo menção aos aspectos que considerava essencial como a
penitência, declarando a necessidade da pratica das boas obras.
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