MAIA Hermisten. Fundamentos da teologia reformada. Editora Mundo Cristão; 1ª edição: 2019.
A intenção de abordar a
onipotência de Deus para os reformadores se deu devido ao respaldo que tais
afirmações dariam à convicção da graça gratuita de e do reconhecimento do
crente perante esse favor.
O primeiro a enfatizar o poder
soberano de Deus foi Lutero, que partia do principio da eleição como
manifestação da vontade de Deus, baseando-se no mistério da graça.
Quando
Martinho afirma a sujeição dos demônios à vontade divina, não atribuía o mal a
Deus, contudo se referia a soberania absoluta de Jesus.
Zwínglio
demonstra a soberania de Deus afirmando que tudo acontece de acordo com a
vontade de Deus.
Bucer
com apego a ideologia da predestinação afirma que o papel da é expor a
soberania de Deus fazendo separação entre os eleitos e os reprovados.
Afunilando
mais o tema, Calvino adere à predestinação reforçando por vários textos
bíblicos, firmando-se nesse quesito como vontade da justiça divina.
Além disso, a obra de Cristo é
proposta pelo seu sacrifício que aplacou a ira de Deus.
Lutero nesse aspecto se apega a
visão agostiniana de conceber que o amor de Cristo pelo homem o impulsiona a
amar também a Deus.
Lutero
ao combater os ideais da doutrina católica denunciando os abusos do clero,
comenta sobre o sacrifício permanente de Cristo alegando ser grave o delito da
necessidade da recrucificação de Jesus a cada missa celebrada.
Melanchton,
justaposto às defesas de Lutero defendeu o sacrifício definitivo de Jesus e
refutou o mérito de salvação através das obras.
Zwínglio
por sua vez foi mais objetivo, afirmando a obra redentora de cristo e o
processo contínuo de salvação motivada pelo Espírito.
Ecolampádio,
contudo, contrapôs a ideia que o sacrifício de Cristo aplacou a ira de Deus,
defendendo que “são as flutuações de nossa fé que nos fazem ver o Deus ora
irado, ora aplacado”.
Aderente
de uma posição mais conservadora Calvino, apela para análise tradicional,
recorrendo à ideia de que Jesus proporcionou manifestações de Graça de maneira
dupla, sobrepujando a morte e mortificando a carne do homem.
As controvérsias iminentes das
discussões dos reformadores giraram em torno de questões como a ceia do Senhor,
quando cada pensador concebia a interpretação da mesma de forma distinta.
O que causou, todavia, cisão entre
os reformadores a ponto de separar luteranos de reformistas foi às noções com
respeito à Santa Ceia.
Lutero
aplica a Ceia apenas como caráter simbólico, quando o pão é o vinho apenas
representam o corpo e o sangue de Cristo.
Zwínglio
define a ceia também como representação, contudo acresce o fato de se uma
comemoração do único e findo sacrifício de Jesus.
Calvino
estreita relações com as concepções luteranas de que a ceia é um símbolo do
sacrifício de Cristo, porém também se baseia em Zwínglio quando afirma que
Jesus é glorificado em glória e que o vinculo pelo qual nos aproximamos de seu
Espírito é a Ceia.
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