FRIESEN, Albert. Cuidando do Casamento: para conselheiros e
casais. Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2004.
O autor Albert Friesen em Cuidando
do Casamento para conselheiros e casais, fala do relacionamento matrimonial
desde seus primórdios no namoro até à maturidade emocional. O autor utiliza
exercícios de reflexão para o diálogo de solteiros e especialmente de casais
que são práticos e úteis, além de esquemas e resumos ao final dos capítulos que
facilitam a compreensão.
A grande contribuição que o texto traz para a experiência conjugal já de
início é uma mudança de visão do casamento como um momento ou estado único para
uma visão do casamento como um processo
de transição.
O autor esclarece que ao casar se desencadeia um processo de crises e que
se forem bem trabalhadas produzirão o crescimento. Duas pessoas diferentes se
unem em uma mesma realidade em busca do comum, mas não deixam sua
individualidade, seus costumes trazidos da casa dos pais. È impossível
acontecer um casamento sem enfrentar estas crises. Ao casar ninguém está
pronto, o casal entra em um processo de construção do relacionamento.
Um sério problema consiste em querer que o casamento seja uma eterna lua
de mel e a expectativa de que o outro seja responsável pela sua própria
felicidade. Um quer que o outro seja a razão de sua alegria, contudo na verdade
é preciso deixar para ser, uma renúncia
em troca de uma recompensa a vida matrimonial saudável.
No segundo capítulo são trabalhadas as etapas no desenvolvimento do casal a partir da compreensão do
relacionamento conjugal (bem como qualquer outra relação) como um processo não acabado e a ser construído em conjunto. O texto
aponta duas direções: um prognóstico positivo
e um prognóstico negativo.
No prognóstico positivo busca entender o que determina se um casal vai
progredir ou paralisar em alguma etapa do processo de relacionamento. Os
fatores são: a maturidade individual
de cada um dos cônjuges no âmbito espiritual, emocional e cronológico e sua
capacidade de enfrentar as crises; o
exemplo matrimonial dos próprios pais, ou seja, a herança trazida do
relacionamento dos pais, ou até do não relacionamento dos pais em diversos
modelos de família onde a pessoa cresce sem saber o que é ter um pai e mãe
unidos, influencia muito no relacionamento do novo casal; a disposição de crescer, de mudar para melhor aceitando o outro e o
ajudando.
No prognóstico negativo o autor descreve fatores que dificultam o
processo de crescimento no relacionamento e são: dependências de todos os tipos como química, álcool, jogos, sexo ou
outra carência emocional; Violência
doméstica ou qualquer tipo de agressão especialmente com palavras como
ameaças que têm um ônus psicológico igual à violência física; transtornos mentais como traumas,
depressão, esquizofrenia e transtornos de humor; delinquência e conduta contravencional que demonstram a imaturidade
e irresponsabilidade de um dos parceiros estando despreparado para o
matrimônio.
Quando se vê o casamento como um momento único, ao se deparar com crises,
pensamos que é o fim, mas se vermos como um processo em etapas, as crises não
são o fim, mas um incômodo para transição a outra fase. Como uma fruta em
camadas, quanto mais se descasca mais perto se chega do miolo principal.
O autor trabalha a crise na família como uma realidade que não pode ser
ignorada e nem mesmo esquecida. O perigo da crise é a escolha de vilões e
vítimas onde surge culpa e auto piedade. Na verdade as crises geram incômodos
que se forem bem respondidos se tornam oportunidades para o crescimento em
família.
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