
BUGNINI Annibale. A reforma litúrgica. Edições Loyola; 1ª edição: 2018.
Nota-se a harmonia dos autores
reformistas em analisar a fé respaldada pelo temor a Deus, que exterioriza a
alegria da confiança no Senhor exercitada pela prática da oração.
Tanto Calvino quanto Lutero e
Zwínglio reconhecem a oração versada a fé genuína.
Lutero segue afirmando a interação
da manifestação da fé com a oração, tornando-as dependentes. A fé é promotora
da oração e a última é o exercício real da primeira.
Todo aquele que tem fé para Lutero
tem plena certeza do ouvir de Deus as petições de seus fiéis, porém
permitindo-se a deixá-lo agir quando determinar.
Também Calvino relaciona a fé e a
oração em caráter inspirativo, isto é, a fé leva o individuo ao anseio de falar
com Deus livrando-o do esfriamento espiritual.
Além disso, Lutero ainda ressalta
a oração como vivificadora da fé e a intrínseca relação que o homem cria com
Deus através dessa atuação confiança.
Calvino por sua vez, atribui à
oração uma ordenança divina, obtendo métodos para o preparo dessa catarse
espiritual.
Primeiramente o pensador de
Estraburgo propõe a meditação total em Deus, o reconhecimento dos pecados, a
confiança e a intercessão como pratica de piedade cristã.
Quanto à oração dominical, ambos
reformistas desencadearam uma série de comentários. Lutero de maneira incisiva
avaliava a oração segundo a vontade de Deus como um esforço de fé o qual sem
medo se lança nos mistérios do bel-prazer divino.
Todavia, Lutero não mais concedia
ao idealismo monacal da obrigação cotidiana da oração, entendendo-a como uma
manifestação do amor e dependência do homem personificado como filho para com
Deus caracterizado como Pai.
Não obstante Zwínglio qualifica a
oração no sentido da introspecção, quando o ser humano encontra a oportunidade
de auto avaliação.
Bucer também comunga dessa ideia e
ressalta a oração como uma necessidade de humilhação diante de Deus, afirmando
que a petição do reino de Deus é “atual e pessoal”.
Calvino é ainda mais profundo ao
dissecar o Pai Nosso expondo cada ponto da oração com uma explicação devida,
visto que se preocupava com o hábito já formado em orá-la despreocupadamente,
sem uma precisa avaliação e acrescemos pessoais quando necessários.
Tanto Lutero quanto Calvino se
propõem em seguir finalização grega que não vigora na vulgata, fato pelo quais
os romanos não a pronunciam. Conquanto segundo Calvino a viabilidade dessa
procedência é irrefutável, visto que ratifica todos os aspectos relatados na
oração.
A invocação dos santos e sua
suposta intermediação traziam da mesma forma o empenho dos reformistas em zelar
pela fé genuína, porquanto ainda eram notórios os resquícios de crenças pagãs
em meio aos cristãos reformados.
Devido a isto Zwínglio intentava
esclarecer a supremacia e intermediação absoluta de Cristo sem deixar de honrar
méritos aos exemplos de fé que a muito eram falecidos.
Ecolampádio comungando dos
pensamentos de Zwínglio ressaltava também que a intercessão deveria ser feita
em vida como pratica de fraternidade cristã.
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