Ao fazer surgir todas as coisas, cada um da sua forma, beleza e função, Deus resolveu criar um ser especial, um ser que pudesse pensar, sentir, entender, um ser espiritual e físico ao mesmo tempo, tendo a capacidade de criar. Essa criatura que Deus fez seria tão especial para o Senhor, que deu-lhe a sua própria imagem e lhe fez com tanto amor que desejou tê-los como filhos e filhas. Então Deus com o seu poder criou o ser humano.
Leonardo Boff[1] afirma que o ser humano foi criado para o bem, mas perdeu esta vocação por causa do pecado. Bem assim outros valores e sentidos como a religião perderam o significado para o mundo moderno. Para Boff, buscar o sentido da vida é viver a evolução convergente de todas as coisas em direção a DEUS, somente assim é possível ter esperança e ver tudo ao redor de forma festiva e bem humorada ao ponto de até mesmo crer nas utopias e almejar um futuro melhor através da fé.
O cristão deve acreditar que tudo o que existe passará e o eterno e perfeito tomará o lugar do falho e passageiro. Assim pode-se viver com esperança do futuro sem medo de fantasmas ao redor. A vocação do homem é buscar a DEUS. Tanto aqueles injustiçados como os vitoriosos do mundo devem se encontrar em Cristo, o DEUS que se fez à imagem do homem e sofreu para que o homem se tornasse como já vocacionado desde a criação, à imagem e semelhança de Deus.
O homem e a mulher, além de todos os privilégios que receberam sobre as outras criaturas, ganharam a capacidade de escolher, o livre arbítrio e o entendimento para saber o que pode e o que não pode fazer, bem como de suas consequências. Mas até então o homem e a mulher não haviam provado do proibido, só conheciam o que era permitido e quando provaram do bem e do mau, “lhes abriram os olhos” e passaram a ter consciência do que realmente é o mau e o bem, sentindo suas consequências.
Deus sempre pôs diante do ser humano os dois lados e seus resultados (Deuteronômio 28) e deu a ele a consciência interior para saber quando está com malícia ou benignidade.
Luigi Schiavo fala sobre o mal e a questão de sua origem como um dos temas mais discutidos da escatologia desencadeando em diversos outros conceitos e deixa uma rápida explicarão: “O mal é algo que a pessoa humana percebe como externo e ao mesmo tempo interno a ele.”[2]
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[1] BOFF, Leonardo. “Vocação Transcedental e escatatológica da criação” (pp. 10-43). In: O destino do homem e do mundo: ensaio sobre a vocação humana, Petrópolis-RJ, Vozes, 1973
[2] SCHIAVO, Luigi. O mal e suas representações simbólicas: o universo mítico e social das figuras de Satnás na Bíblia. IN: Apocalíptica e as origens cristãs. Revista Estudos de Religião, ano XIV, nº 19, UMESP: São Bernardo do Campo, 2000. p. 66.
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