Manto de Cristo - Lloyd C. Douglas

O Manto de Cristo é um romance histórico e religioso escrito por Lloyd C. Douglas , publicado originalmente em 1942. A obra gira em torno de Marcellus Gallio , um jovem centurião romano que  por punição política, é enviado à Palestina. Lá, ele participa da crucificação de Jesus e, por acaso, ganha sua túnica em um jogo de dados. A partir desse momento, Marcellus começa a sofrer crises emocionais e espirituais, sentindo-se profundamente perturbado pelo que presenciou e pelo estranho poder que o manto parece exercer sobre ele. Enquanto Marcellus tenta compreender o significado do manto e lida com uma crescente crise de fé e identidade. Ao longo do caminho, ele encontra personagens marcantes e é confrontado com os valores do cristianismo nascente, em contraste com os costumes decadentes do Império Romano. Movido por uma inquietação crescente, ele parte em uma jornada para descobrir quem foi Jesus. Ao lado de seu escravo e amigo Demétrio , Marcellus encontra discípulos e se...

Breve Histórico dos Cultos Evangélicos no Brasil

HAHN, Carl Joseph. História do culto protestante no Brasil. São Paulo: ASTE, 1989. p.311-333 “O Desenvolvimento do Culto nas Igrejas”.

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Segundo Carl Hahn, pastor desde 1930 é no culto que o povo de Deus recebe orientação para viver e cumprir sua missão no mundo. O mundo está em constantes mudanças e é por esta razão que a Igreja deve se inspirar e orientar nas missões do Deus vivo e eterno - missio Dei. Embora estas mudanças possam exigir novos métodos e formas na vida do povo de Deus, sua missão não muda.
Aceitar a soberania de Jesus Cristo e compreender o plano de Deus neste mundo é tarefa da Igreja, e esta consequentemente se encarrega da mesma tarefa em relação ao mundo. O autor destaca o crescimento da Igreja Evangélica no Brasil, onde a fé evangélica encontrou solo propício. Ele destaca um estudo sobre a situação religiosa no Brasil, registrado no livro A República do Brasil (Erasmo Braga e Kenneth Grubb) observando que as Igrejas Evangélicas têm gasto muito de suas energias na sua autopropagação. Há sinais de descontentamento com o atual tipo de culto público e o baixo intelectualismo no púlpito. A vida de oração é pobre. Esta observação fez concluir que haviam sérias deficiências nos cultos dominicais. Em sua tese de doutorado “Cultos evangélicos no Brasil: origens e desenvolvimento” Carl Hahn destaca a falta de liberdade religiosa evangélica (1810). Somente após a Independência do Brasil, promulgada em 1824 a nova constituição avançou quanto à liberdade religiosa. Este direito nem sempre foi reconhecido e observando pelas autoridades locais. Aos poucos o ambiente foi se tronando mais tolerante, liberal e aberto.
Alguns missionários estrangeiros, metodistas e presbiterianos começaram a pregar em navios, até que o capelão americano James Cooley Fletcher tornou-se amigo pessoal do Imperador Dom Pedro II e dos homens importantes do governo, o que contribuiu muito para criar um ambiente de aceitação do protestantismo.
O missionário escocês Robert Reid Kalley, contribuiu muito para abolir a proibição de se evangelizar no Brasil. Em 11 de julho de 1858, batizou um brasileiro (Pedro Nolasco) e declarou organizada a primeira igreja evangélica do Brasil, em Petrópolis (RJ). Perseguido e ameaçado de ser deportado, escreveu uma carta a três importantes juristas brasileiros, questionando os quanto à liberdade religiosa expressa na constituição de 1824, os quais lhes foram favoráveis, e o governo concordou que os cultos do Dr. Kalley estava dentro dos preceitos da atual constituição. Era uma conquista legal que permitiu ao protestantismo viver e crescer no país. Seus cultos eram informais, domésticos, - modelo fixado pelo protestantismo nos anos de sua formação. Este estilo e trabalho contribuíram grandemente para a expansão e auto propagação dos evangélicos. Quando ameaçado de ser deportado chegavam no Brasil novos reverendos presbiterianos. Ashbel Green Simonton (RJ) e Edward Lane (Campinas).
Os metodistas voltaram ao Brasil em 1878 e os batistas começaram seu trabalho em 1881.
Em 1889, com a Proclamação da República, instaurou-se a separação entre a Igreja e Estado e a plena liberdade religiosa. Missionários de todo mundo começaram a chegar e hoje são em grande números. Fundaram denominações autônomas e fortes, com sólidas instituições e infraestrutura. Um catolicismo mais folclórico do que cristão deixou marcas permanentes nas atitudes e perspectivas religiosas da nação. Para enfrentar as necessidades espirituais, surgiram irmandades leigas desprovidas de preparação adequada na fé ortodoxa da Igreja Católica Romana.
Os escravos africanos trazidos para o Brasil eram batizados em massa na Igreja Católica Romana, mas praticavam as crenças e superstições da África clandestinamente, as quais posteriormente, com a abolição da escravatura deram origem a Macumba e ao Candomblé. As práticas destas religiões e seitas se misturaram. A capacidade de incorporar e harmonizar crenças e lealdades antagônicas, contraditórias e herança das raízes africanas que exerceu influência sobre o caráter do povo.
Esta característica é um dos grandes problemas enfrentados no culto evangélico brasileiro - um vez no culto evangélico não pode haver divisão de lealdade e crenças. O povo evangélico só pode se render a nosso Senhor Jesus Cristo.
O grande problema da vasta extensão geográfica no Brasil que afligiu a Igreja Católica Romana (abordado na obra do padre Pascoal Lacroix) também afetou o povo evangélico. O fato de falta de pastores para cuidar do povo desenvolveu um padrão de culto leigo sem sacramentos e com limitada estrutura.
A influência do positivismo francês e da maçonaria entre as elites contribuiu para o enfraquecimento da autoridade do clero romano  consequentemente  mais liberdade para o povo evangélico.
O Dr. Lane selecionou líderes leigos, chamados “leitores da Bíblia” para dirigirem cultos simples aos domingos. Para auxiliá-los editava mensalmente uma revista, O púlpito evangélico, com estudos bíblicos e um sermão para ser lido ao povo. A ele, deve-se a fundação do Colégio Internacional transferido posteriormente para Lavras, chamado ali de Instituto Gammon, a primeira escola evangélica da América do Sul. Morreu em 1892, na epidemia de febre amarela.
Modesto P. B. Carvalhosa, pastor ordenado em 1871, preparou um Manual de Culto e Livro de Ordem para a Igreja Presbiteriana no Brasil, que ajudou e orientou pastores leigos. Usados ainda nos dias de hoje demonstra a influência leiga sobre os cultos. João Fernandes Dogama, missionário que atuou como um bispo, organizou e evangelizou seis igrejas.
A igreja leiga persistiu por muitas décadas. O Brasil foi aberto à imigração protestante e aos missionários juntamente quando o movimento das escolas dominicais nascia na Inglaterra. No novo mundo, estas escolas dominicais tornaram-se núcleos de novas igrejas. A escola dominical tornou-se não apenas uma igreja dirigida para leigos mas uma escola de treinamento de pastores leigos. Através deste processo, grande números de leigos destacaram-se na obra de evangelização. Com zelo, consagração e grandes sacrifícios os leigos responderam ao grande desafio da evangelização. Através de reflexão, de buscas das profundas riquezas das doutrinas de Deus, o ministério pastoral foi se edificando e firmando suas bases na vida espiritual.

O Culto Evangélico no Brasil foi difundido através do ardor dos missionários estrangeiros que com empenho e determinação preparam e instruíram leigos que se tornavam líderes de novas igrejas evangélicas. A escola dominical fundamentou a prática teológica de muitos leigos e permitiu o crescimento espiritual e pastoral destes leigos.


  

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