CAPÍTULO 11 - Renascença e
Reforma (final do século XV – Século XVI)
No final do século XV surge um
novo movimento de renovação da cultura denominado renascença. Este momento
inovador possui a finalidade de romper relação com o papado e com o império. No
mesmo período surgiu a imprensa proporcionando a divulgação das obras
religiosas e seculares em maiores escalas.
Justaposta a esta inovação no
final do século XV a distribuição geográfica, assume características
inovadoras. França, Inglaterra e Espanha passam a ser estados possuindo
demarcação territorial semelhante a atual.
Os líderes reorganizam o processo
da Inquisição e reformam seus interesses a partir de pautas estatais, visto que
o papado perdeu prestígio devido às séries de controvérsias existentes na vida
pública e privada de tais soberanos.
Portanto, a renascença traz à
memória a antiguidade, com manuscritos gregos reativando a literatura, a arte e
as ciências. No aflorar desse processo, homens renomados propuseram o humanismo
cristão, trazendo excelência tanto intelectual quanto cristã em suas obras.
Thomaz More e Erasmo de Roterdam trazem em suas reflexões o saber divino
harmonizado com a razão humana, sendo ambos os maiores representantes do
humanismo cristão.
Todavia, a Igreja não correspondeu
às expectativas cristãs. Os manuscritos não bastavam para socorrer as aflições
de um povo que temia o apocalipse. Além disso a Renascença coincide com a
reaparecimento dos ritos ocultos da bruxaria desencadeando um movimento de caça
às bruxas por todas as cidades.
Devido a tais circunstâncias a
iminente preocupação da população com a sua alma e as constantes imposições
financeiras do clero católico desaguaram no caos geral.
Então, em 31 de Outubro de 1517,
no castelo de Wittemberg na Alemanha, Martinho Lutero, envolto em ideias
revolucionárias pregou suas 95 teses expondo as contradições existentes nas
indulgências. Porém a reforma fez surgir o sentimento nacionalista alemão
dividindo o país entre prós e contra Lutero.
CAPÍTULO 12 – Renovação
católica (Séculos XVI – XVII)
Mediante
os acontecimentos consequentes de seu protesto, Lutero foi excomungado da
Igreja Romana, fundando o Luteranismo. Depois de Lutero vários reformadores se
manifestaram ao longo dos anos, a fim de formarem suas correntes teológicas.
Estes discípulos da doutrina luterana como João Calvino e Zwinglio, defendem
suas teses e formam subgrupos no meio dos protestantes.
Calvino enfoca a centralidade divina
e a predestinação, esta última afirma que apesar de todos estarem condenados,
Deus teria seus escolhidos para salvar ou condenar. Em outras palavras Calvino
ajusta sua teologia aos fins que almeja afirmando também que o empréstimo do
capital a partir da exigência da cobrança de juros sendo totalmente lícito e
confirmando a prosperidade dos nobres como o aval divino para a salvação dos
mesmos.
Ao longo do
século XVI o ‘rebanho’ mundial dos cristãos se divide segundo seus pastores,
constituído um número cada vez mais crescente de novas igrejas. Nas ilhas
britânicas os motivos para a formação de uma nova Eclésia se difere das demais
porquanto a finalidade da constituição eclesiástica dos anglicanos surgiu não
por questões teológicas e sim pessoais do rei Henrique VIII que não conseguiu
permissão papal para divórcio e se proclamou chefe da Igreja na Inglaterra.
Os países baixos de hoje, no passado
aderiram à reforma se afastando dos compromissos com o clero católico. Tais
nações que se constituíam em França, Inglaterra, Espanha e Escócia assumem o
protestantismo segundo os ideais Calvinistas.
Devido aos constantes pedidos de
concílios, o clero católico resolve reunir sua cúpula conciliar em Trento. Presidido
pelo papa Pio IV, a pauta conciliar de Trento se dispõe a solucionara as
querelas que desencadearam a reforma. Neste momento é que surge o movimento
contra-reformista católico em resposta ao movimento reformista protestante. No
século XVII muitos bispos católicos iniciaram uma série de renovações pastorais
tendo como ponto de partida o concílio de Trento.
CAPÍTULO 13 – A evangelização
do mundo (Séculos XV – XVIII)
O cenário
mundial gira em torno da centralidade religiosa, onde tanto soberanos
protestantes quanto católicos se consideram dominadores absolutos de seus
territórios. Tanto a Reforma como as decisões contra reformistas do concílio de
Trento resultaram em um processo de evangelização em massa. O catecismo foi o
meio pelo qual a Eclésia romana usufruiu para a divulgação de sua doutrina.
As navegações levaram à descoberta da América
em 1492 por Cristóvão Colombo, gerando questões que conturbaram o mundo visto
que o papa liberou concessões para que a Espanha e Portugal repartissem o
território conquistado. Estas descobertas do século XV e XVI promoveram a
evangelização universal. Primeiramente devido as necessidades econômicas
existentes levando várias nações a buscar especiarias no mercado oriental e
impelindo missionários a seguir os comerciantes em suas rotas navais.
Com o povoamento dos territórios
descobertos a Igreja Católica enviou missionários par converter os nativos
dessas terras. Imbuídos do sentimento evangelístico promulgaram o aculturamento
total dos nativos existentes, contribuindo inclusive a dizimação desses
autóctones, contudo nem todos países evangelizados obtinham pouca estrutura par
resisti a imposição da religião.
No Japão, por exemplo, houve um
grande número de execuções de missionários por parte dos nativos como forma de
resistência a nova doutrina pregada. Entretanto vários levantes da missiva
cristã, mesmo sendo desprezada, repercutiu em um número considerável de adeptos
espontâneos ou forçados pelo poder da Igreja. Este fator transformou as missões
mundiais, visto que as execuções da lei divina muitas das vezes eram na verdade
jurídicas e do ponto de vista financeiro.
CAPÍTULO 14 – A Igreja no
tempo das luzes e da Revolução (Séculos XVIII)
A Igreja tanto
na França como em toda a Europa sai transformada da revolução e do tempo das
luzes que valorizou a razão perdendo o domínio até mesmo do ensino.
Na França o rei
Luiz XIV, a partir do lema ‘um Deus, um rei, uma lei e uma fé’, aplica o Edito
de Nantes que obrigava os protestantes a assumir e confessar a fé católica,
tendo por finalidade possuir argumento para convencer o papa a conceder-lhe as
regalias que tanto desejava receber e entra em profundo desacordo com o papado
que naquele momento estava ocupado por Inocêncio XI.
Em 1685, o rei
Luiz XIV revoga o Edito de Nantes devido as petições do clero católico francês.
A França, no início do século XVII foi invadida por uma forte corrente de
misticismo que por sua vez contribuiu para a promoção do quietismo.
No século
XVIII, a partir de 1750 a
prática da fé cristã diminui de maneira considerável. A igreja compactuava
apenas com os interesses da nobreza tornando-se sem prestígio entre a
população. Surge então o tempo das luzes, onde a filosofia ganha
características próprias. Contudo a
razão e a revelação se posicionam de forma contrária.
Mediante tal situação a Igreja tenta
usufruir os seus métodos repressivos e tradicionais proibindo seus fiéis de
possuir ou ler certas literaturas. Neste contexto, a aversão à fé romana bem
como o despotismo esclarecido cresce de forma considerável.
No entanto a
forte oposição católica às descobertas científicas geram divisões entre amantes
das ciências e os pregadores católicos. Paralelamente os infortúnios gerados
dentro do clero romano entre Jesuítas e Jansenistas provocam uma crise de
interesse entre esses grupos, visto que os Jansenistas defendiam a linha
agostiniana da graça e predestinação tendo por forte opositores os Jesuítas por
questões financeiras.
No decorrer de todo o século XVIII
vários religiosos ganharam destaque bem com suas obras teológicas tais como Zinzedorf
que se tornou missionário e enviou os irmãos morávios às Américas. Estes
inspiraram grandemente o metodismo de John e Charles Wesley.
Devido às interligações da igreja
anglicana com a nobreza a população mais carente da Inglaterra se viu desamparada.
A experiência religiosa de John Wesley a qual ele mesmo denomina como conversão
o impele a levar as boas novas de salvação às massas inglesas. Após a morte de
Wesley, o metodismo se construiu como igreja tornando-se uma das primeiras
congregações nos Estados Unidos.
CAPÍTULO 15 – Restauração e
Liberalismo (1815-1870)
Em 1795 na
França há uma inovação de reconhecimento da liberdade cultica separando-se
portanto estado e igreja. Com a ascensão de Bonaparte a questão do poder gira
em torno do novo imperador e do papado. Napoleão requer do papa apoio par
romper as relações comerciais com a Inglaterra. Mais tarde invadiu Roma e levou
o alto clero para França impondo seus ideais de dominação.
No século XIX,
o congresso de Viena reorganiza a Europa e devolve ao papado seus estados. Esse
fator fez com que houvesse a ‘ressurreição’ do sentimento missionário.
Na Inglaterra os católicos
representavam uma proporção ínfima da população, embora com a imigração
irlandesa esse quadro tenha sofrido mudanças consideráveis. No mundo
protestante o liberalismo se encaixa nos ideais científicos a fim de tornar o
cristianismo mais popularizado.
A burguesia
liberal se opõe ao reavivamento católico. Na Europa os Belgas se revoltaram
obtendo total apoio dos católicos enquanto a Polônia proclama sua independência
em 1830 sendo aconselhada pelo clero católico a se submeter à poderosa Rússia.
Em 1848 o
liberalismo econômico tomou novas proporções desagradando aos católicos amantes
do velho regime. O índice de desempregados cresce e em países como a França
onde as eleições promoveram uma intensa guerra civil entre operários
nacionalistas e governo.
CAPÍTULO 16– Secularização,
defesa religiosa, Pluralismo.
A separação
entre Igreja e Estado se deu a princípio por questões docentes. Isto significa que o ensino que por sua vez era
restrito ao domínio religioso passou a ser secularizado e dirigido pelo Estado.
Tais rupturas aconteceram em torno de todo mundo sendo que as intensificações
atingiram o ápice das intervenções religiosas não obtendo significado no meio
público e social.
A fim de se
defender do racionalismo, panteísmo, fideísmo e
até mesmo das acusações liberais, a igreja convocou seus líderes par o concílio
Vaticano I propondo respostas a questões de envolvimento racional, a fé em um Deus que a razão pode
atingir se estiver submetida à revelação.
Entre 1914 a 1918, período da
primeira grande guerra mundial, os cristãos se portam de maneira nacionalista,
isto é, em cada região do mundo envolvida nesta guerra os cristãos conciliavam
Deus com seus objetivos políticos.
CAPÍTULO 17 – Um Cristianismo
de Dimensões mundiais (1800-1940)
Após dez anos de conflitos, vários
tratados de paz foram realizados através de petições papais. Na Itália, já em
1922 o partido de Benito Mussolini ganha força e prestígio, sendo consolidado
perante o povo por intermédio do tratado de Latrão. Já na Alemanha, Hitler
chega ao poder em 1933 e se aproveita dos sentimentos feridos daquela nação por
ter perdido a primeira guerra, culpando assim os agentes externos, judeus,
negros e ciganos pelo prejuízo nacional.
Tais eclosões partidárias e
nacionalistas se dão no mundo todo dividindo e reprimindo opiniões. Ao longo
dos anos, o despertar missionário ressurge em uma Europa
imperialista. Em vários lugares antes inalcançados, as facilitações de
transportes promoveram uma missiva intensificada.
CAPÍTULO 18 – O peso da
modernidade
Em pleno século XX, diante de
inovações políticas e sociais, a Igreja procura mediante tão grande
modernização, se posicionar neste contexto através da prática paternalista de
apoio incondicional e assistencial à sociedade.
Neste mesmo cenário as primeiras
confissões ecumênicas surgem como, por exemplo, a promoção da Semana da
Unidade, com sete dias de orações e cultos voltados à união entre cristãos e
outras religiões.
CAPÍTULO 19 – Da segunda
Guerra Mundial ao Concílio (1939-1958)
Entre 1939 e 1958 o mundo sofreu
as consequências da segunda guerra mundial. Destruições, conflitos e massacres
se espalham pela Europa. O extermínio dos judeus alcançou frações
inacreditáveis, sendo tudo isso de conhecimento do papado que se calou mediante
tais fatos. O pontificado de Pio XII teve sua autoridade questionada por não
ter se posicionado em meio ás ameaças nazistas
Após a vitória de 1945, os países vencedores
liderados pelos Estados Unidos e os vencidos entraram num embate político e
econômico conhecido como guerra fria. Por todo o mundo alguns países se abriram
ao liberalismo do capital enquanto outros como a China se fecham para o mundo
de maneira radical.
CAPÍTULO 20 – A igreja do
Vaticano II (1958-1980)
O concílio Vaticano II, presidido
pelo papa João XXIII, apresentou várias constituições que nortearam assuntos
como santidade e as posições da Igreja no mundo. Todavia a evocação das
práticas cristãs remonta um quadro de religiosidade muito grande, isto é, os
cristãos não exerciam mais a fé e sim a religião.
Em suma, no decorrer dos
acontecimentos entre os séculos XV a XX, inúmeras foram as adaptações,
reformulações e divisões do ‘rebanho’ cristão mundial, demonstrando que a cada
geração novas situações fazem a igreja sofrer diferentes padronizações, porém o
Evangelho ainda é o mesmo.
Por isso é importante reler o
passado para construir um futuro melhor. Talvez se a Igreja tivesse olhado mais
para suas histórias teria mais zelo ao agir, teria sido menos poderosa, porém
vencedora, principalmente se buscasse mais de sua origem na cruz onde não
importam estado, nobreza, tronos ou títulos porque é o centro do Reino de
Cristo.
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