Teologia de John Wesley

  A teologia de John Wesley é marcada pela praticidade e pela experiência religiosa, voltada para a espiritualidade e vida devocional com objetivo de evangelização. Escritor de dezenas de livros e centenas de sermões, seus textos inspiram milhares de livros, de autores de diversas correntes teológicas que se inpiram em sua mensagem. Um dos maiores pregadores avivalistas da história, John Wesley foi um dos homens mais ilustres reconhecidos no mundo. Sem dúvida alguma, todos os seus textos são recomendados.  Livros de John Wesley na Amazon

Deus onde estás?

livro Deus onde estás
MESTERS, Carlos. “Deus, onde estás?”. 8.ed.Belo Horizonte: Ed. Vozes, 1989, páginas 155 a 254.

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Carlos Mesters em seu livro Deus onde estás?, ensina que para conhecer bem o Novo Testamento, é preciso saber como foi a sua formação, o contexto de sua época me sobre os autores e leitores de seus livros.
Os evangelhos, têm cada um, características diferentes e linguagens diferenciadas, mas não se contradizem, porque o objetivo comum de cada um dos quatro evangelhos, é falar sobre Jesus. Cada um de sua forma, escritos em datas e lugares diversos e por pessoas diferentes, completando um ao outro.
Marcos conta os fatos e feitos de Jesus a partir do batismo até a cruz. Mateus e Lucas se interessam pela vida de Jesus desde o ventre até a ressurreição e ascensão. João já argumenta a eternidade e a divindade do Mestre. Paulo através de suas cartas fala sobre o Cristo presente, ressurreto e vivo.
Da mesma forma que os escritores, os leitores também vêm os evangelhos por ângulos diferentes, mas é necessário que a exemplo dos evangelistas, os cristãos de hoje vejam principalmente o Cristo vivo. As palavras de Jesus foram registradas para que fossem lembradas pelos séculos, e em todo o Novo Testamento Cristo é descrito como alguém que vive e continua a fazer sua obra. Essa visão não pode ser esquecida ao ler o Evangelho.
Jesus estava sempre em ambientes do povo, e era seguido pelas multidões, por onde ia. Sobre uma montanha ou a beira mas o Senhor lhe ensinava muita coisa sobre a vida, além de mostrar a sua vida. No chamado “Sermão da Montanha” o Mestre discutiu a lei e os desafios do dia-a-dia do povo mostrando-lhes uma nova ótica, de acordo com o ponto de vista de Deus. Assim, Cristo mostrou o verdadeiro sentido da lei, que deve partir de dentro de nós, através de um desejo de fazer a justiça. Também como é a verdadeira relação com Deus e verdadeira felicidade, demonstrados pelo seu exemplo de vida.
Cristo ensinava sobre o Reino de Deus, utilizando figuras e exemplos da vida do povo, facilitando sua compreensão. Das histórias, podiam-se tirar lições dos mínimos detalhes ou apenas uma lição geral, só não compreendia quem não queria. O objetivo dessas parábolas era mostrar a presença do Reino de Deus na vida de todos e anunciar um novo tempo em que Deus se faz presente em todos os momentos da vida humana.
Além de ensinar a verdade para as pessoas, Jesus também solucionava muitos de seus problemas imediatos, realizando milagres. Os milagres são uma demonstração ativa do amor de Deus pelo ser humano e uma conseqüência da fé celeste. Cristo mostrou através dos sinais, o poder criador e a Sua constante luta contra tudo o que provoca infelicidade no homem. Mas o principal milagre é a vida, a presença de Deus, a salvação. Jesus é o maior sinal!
Na transfiguração, Jesus foi glorificado e seus discípulos puderam saber quem Ele era: “o Filho amado”. A partir desse momento o ministério de Jesus tomou novos rumos, ensinando mais especificamente aos discípulos e esclarecendo-lhes sobre Sua morte e ressurreição. A transfiguração foi para mostrar a recompensa proveniente da perseverança ante as tribulações.
Os judeus que creram em Jesus (devido à sua cultura judaica ser muito fechada), tinham dificuldades em aceitar as pessoas de outros povos e culturas, achando que primeiro deviam se tornar judeus e depois cristãos. O apóstolo Paulo tinha um importante ministério entre os gentios e trabalhou na igreja e com os apóstolos, a unidade através da diversidade. No concílio de Jerusalém, este foi o assunto em pauta e a decisão foi que todos, judeus e gentios podem abraçar a fé, tendo liberdade de consciência em Cristo. Então o judeu que se convertia Cristo não estava tão obrigado à lei e nem por isso se tornaria pagão e o gentio que aceitasse a Jesus não precisava se sujeitar ao judaísmo, embora mantivesse a mesma ética com relação à moral e idolatria. Essa decisão trouxe aceitação e ajuda mútuas.
A maior vitória que o Novo Testamento apresenta é vitória sobre o maior problema do homem: a morte. Cristo ressuscitou e mostrou o seu poder sobre a morte. Da mesma forma que é difícil explicar a ressurreição hoje, era difícil para os discípulos entender, mesmo tendo todas as profecias e explicações de Cristo relatadas no Novo Testamento. A chave para compreender a ressurreição é a fé no Deus que criou a vida e pode concedê-la novamente.
Embora avisados sobre o terceiro dia, os discípulos ficaram confusos depois da morte de Jesus, até que o Senhor lhes apareceu ressurreto. Dois discípulos caminharam discutindo sobre a morte de Jesus, tentando entender qual o propósito divino nisto, então Cristo aparece sem saberem quem era e Ele mesmo lhes explica as dúvidas. Quando estes dois discípulos puderam olhar com os olhos da fé, vêm o Mestre diante deles.
Da mesma forma a cristandade tem caminhado discutindo sobre a fé e a ressurreição de Jesus Cristo, mas a certeza vem quando o caminho é surpreendida pela presença do Senhor que esclarece tudo. É nessa caminhada, nesse diálogo com Deus, no “arder do coração”, no “partir do pão” e no “abrir dos olhos” que se pode saber que Deus está bem mais próximo do que se imagina.


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