Prega a Palavra de Karl Lachler

Confira o livro Prega a Palavra de Karl Lachler na Amazon Karl Lachler  é um autor que desempenhou um papel significativo no cenário religioso brasileiro.  Foi missionário durante   32 anos   no Brasil. Ele colaborou na implantação de igrejas, incluindo a   Primeira Igreja Batista de Fernandópolis   e a   Segunda Igreja Batista de São José do Rio Preto .   Além disso, ele foi um dos pastores fundadores da   Primeira Igreja Batista de Atibaia.   Lachler também lecionou na   Faculdade Teológica Batista de São Paulo   por   18 anos . Seu compromisso com a pregação expositiva e o ensino da Palavra de Deus é evidente em sua obra. Um de seus livros notáveis é   “ Prega a Palavra: Passos Para a Pregação Expositiva ” .   Neste livro, ele oferece orientações valiosas sobre como pregar a Palavra de Deus de forma eficaz, destacando a importância da pregação expositiva e fornecendo uma metodologia prática para os pregadores . Este livro é uma obra útil para seminaristas, iniciantes no ministério

VOCAÇÃO PASTORAL EM DEBATE

vocação pastoral em debate
HENDERS, Helmut (org.) Vocação pastoral em debate. São Bernardo do Campo, Editeo 2005.

O texto Vocação Pastoral em Debate traz orientações prática para pessoas vocacionadas por Deus acrescentando experiências ao ministério pastoral. O livro é fruto das palestras e debates ocorridos na 53ª Semana Wesleyana em 2004, na Faculdade de Teologia. O tema Chamados/as para um momento novo foi desenvolvido sob três círculos temáticos: vocação pastoral, ministério pastoral feminino e ministérios específicos.
Dentre os palestrantes/autores estão pessoas experientes e renomadas para o assunto enriquecendo o conteúdo com conteúdo teórico profundo e experiências práticas diversificadas para o ministério pastoral.
Jorge Schütz Dias traz o texto Desafios no Ministério Pastoral no Brasil de Hoje, refletindo a realidade pastoral nas Igreja brasileiras atualmente. Parte de pontos históricos que marcam o ministério pastoral no Brasil e passa pela transformação social e eclesial consequente da urbanização do país desafiando a Igreja bem como os pastores a um ministério apropriado diante das transformações sociais.
Para Schütz, a cara da Igreja e do/a pastor/a deixam de ser rurais para ser urbanizadas. A igreja e seus pastores foram empurrados por uma avalanche de mudanças e informações. Dentre tantas, destaca-se que a tecnologia acha espaço na Igreja e a mulher encontra seu lugar no ministério pastoral e neste o autor destaca o pioneirismo da Igreja Metodista.
O convite de Schütz para uma nova contextualização da Igreja nos dias de hoje sem esquecer de seus princípios e do modelo pastoral oferecido por Wesley, tendo um olhar pastoral valorizando as pessoas no século XXI. Sendo assim é necessário ‘reimplantar a Igreja a partir da visão trinitária de Deus’[1] segundo as palavras do autor para exercer um ministério abrangente e plural numa sociedade em constante transformação. O autor também enfatiza a necessidade de capacitação continuada da liderança para alcançar os diversos desafios que se apresentam na comunidade.
O tema do ministério feminino é privilegiado pelo testemunho de uma das pastoras pioneiras no Brasil, a Revda. Zeni de Lima Soares no texto ‘Trinta anos de Ministério Pastoral Feminino na Igreja Metodista’. A autora testemunha desde a aprovação do ministério pastoral feminino no Concílio Geral, sua ordenação e início do ministério com crianças, pobres e desabrigados. Testemunha de lutas sociais em busca dos direitos humanos, a pastora enriquece seu texto com descrições de situações que viveu e influenciaram em seu ministério.
A autora manifesta sua indignação com a injustiça praticada com a mulher na Igreja durante tato tempo e a dificuldade da adaptação que também tem demorado muito. O texto propõe um olhar para a realidade social brasileira que estatisticamente é muito mais feminina do que masculina, mostrando a eficácia do ministério feminino nos dias atuais. A proposta do texto é que a Igreja acompanhe a sociedade e que as mulheres como maior parte do ‘bolo social’ se descubram e exerçam seu ministério, vocacionadas por Deus.
Atividades públicas e privadas do ministério pastoral é o texto do bispo Josué Adam Lazier direcionado à vida prática e pessoal dos pastores e pastoras, fruto de sua observação como pastor, colega e pastor de pastores (bispo). A orientação do texto é que o/a pastor/a saiba diferenciar em seu ministério quais são as ‘atividades publicas e privadas’ aproveitando bem seu tempo de forma equilibrada e também que a Igreja reconheça a ampla diversidade de ações no ministério pastoral mesmo quando ninguém vê.
As atividades públicas destacadas são: a pregação –púlpito- como local de maior importância para o pastor/a, pois é neste momento que ministra à Igreja; a porta do templo –dimensão profética e sacerdotal- quando o/a pastor/a acolhe e despede da comunidade tendo oportunidade contato pessoal com as pessoas; a sala da casa –visitação- o momento em que a Igreja vê o/a pastor/a mais perto de si em sua realidade cotidiana.
As atividades privadas são: a oração, como forma de preparação pessoal para o ministério e vida cristã; estudo e leitura da Bíblia, em preparação pessoal e para ministrar à comunidade; e o aconselhamento pastoral, que é um momento onde o/a pastor/a geralmente é visto apenas pela pessoa que atende.
O texto traz muitas contribuições praticas para a vida do/a pastor/a. Tanto as atividades privadas como as públicas têm suma importância no ministério pastoral e precisam ser bem direcionadas e intercaladas para um bom equilíbrio, pois uma depende da outra.
O professor Rui de Souza Josgrilberg apresenta o texto A Igreja e o ministério na crise de uma sociedade de meios tratando sobre as dificuldades enfrentadas pela igreja e seus pastores na sociedade atual. O autor começa o assunto crise na gênese e fundamentos do ministério pastoral que desde o começo enfrenta e trabalha com crises.
O interessante na conclusão do autor é que em meio a uma sociedade que valoriza mais as coisas do que as pessoas e à constante busca das pessoas em ser destacadas achando seu espaço, o carisma ou vocação pastoral não pertence à pessoa do/a pastor/a e sim à Igreja e esta concede à/o pastor/a o carisma necessário para o ministério movido pelo Espírito Santo de Deus frente aos desafios encontrados.
O professor Rui lembra que o ministério pastoral metodista possui marcas peculiares que ajudam a entender e lidar com crises sociais e eclesiásticas. A tradição metodista do ministério leigo, trabalho social e expansão missionária demonstram isso claramente. Por isso tanto a Igreja como o/a pastor/a, devem em harmonia, estar atentos aos desafios que se lhe apresentam ao redor para encará-los como oportunidades proporcionadas por Deus.
Tércio Machado Siqueira no texto Discutindo a vocação a partir de Moisés trata o tema vocação com base bíblica enfatizando o personagem de Moisés como exemplo de vocacionado. Em sua análise do texto trabalha o exemplo do chamado de Moisés como Divino e não humano, ou seja, Deus é quem escolhe e chama seus servos para a obra que precisa ser realizada. O autor destaca a centralidade da ação Divina no chamado. Deus é quem vê os problemas enfrentados pela comunidade, bem como a pessoa disposta era usada por Ele e assim vocaciona enviando a pessoa certa para o lugar certo. Este é o segredo do sucesso da Missão.
Um estudo Bíblico baseado em Romanos 8.18-25 é apresentado pelo professor Paulo Roberto Garcia no texto A vocação em uma perspectiva neotestamentária abordando as experiências bíblicas do chamado ministerial onde a partir de um fato fundante a vida de uma pessoa e a história de um povo inteiro é mudada.
A perícope de Romanos 8 fala da ação do Espírito Santo e como diz o autor funciona como uma ‘dobradiça’ dividindo o livro em dois blocos, o primeiro –capítulos 1-7- fala da incapacidade humana de cumprir a lei e o segundo bloco –capítulos 9-16- fala da vida vivida pela graça. O autor traça uma profunda exegese do texto bíblico desde a tradução até a aplicação do mesmo. Primeiramente a vocação é para ser cristão/ã e depois para o ministério pastoral e este para pastorear pessoas vocacionadas a ser cristãs/ãos e juntos, homens e mulheres para ser igreja.
O bispo João Alves de Oliveira Filho no texto Vocação e Identidade, fala sobre a vocação e identidade citando primeiramente a forma de percepção humana e o argumento que pode-se perceber para o chamado ou vocação, no caso, de forma racional ou emocional.
A definição do termo vocação é ampla, contudo no sentido religioso designa o chamamento, convocação, escolha de Deus por pessoas que possam fazer sua obra. Quem vocaciona o pastorado é Deus.
A formação da pessoa influencia o tipo de vocação que esta seguirá, porém não determina “portanto vocação é nossa formação, o que somos, o que poderemos ser e até onde poderemos chegar. Vocação é o conteúdo do nosso ser, a imagem gravada em nós”[2].
Vocação e identidade é o texto da professora Blanches de Paula, abordando o ponto mais importante no chamado pastoral que são as pessoas e principalmente a pessoa do/a pastor/a, buscando entender suas culturas e a formação da identidade. O/a pastor/a precisa estar certo de quem é bem como de Quem o chamou e vocacionou, bem como de identificar-se com o ministério e com a comunidade onde exerce seu ministério.
Para ilustrar a identidade pastoral e a vocação, a autora usa a alegoria do espelho e o direciona ora para a pessoa vocacionada, ora para a vocação em si, ora com a identifica-ação ou a forma como a pessoa age e se identifica na sociedade. A autora pontua alguns reflexos deste ‘espelho’ como o ministério profético do/a pastor/a, seu caráter libertador, a tradição missionária metodista, a vocação como princípio pessoal e de fé, e a necessidade de revisar o sentido de vocação nas igrejas latino-americanas e de seus respectivos pastores/as reverem se seus paradigmas e identidade pastoral se identificam com a comunidade.
A bispa Marisa de Freitas Ferreira Coutinho contribui com o texto Desafios no Ministério Pastoral no Brasil de Hoje enfatizando a vocação feminina no ministério pastoral em meio a um mundo moderno onde a mulher encontra espaço em todos os escalões da sociedade e ainda luta para achar seu espaço na igreja.
A questão apresentada é se o ministério feminino é fruto do liberalismo ou da vontade de Deus para a Igreja e a partir daí a bispa apresenta sua convicções baseada em princípio bíblicos e metodistas de que Deus tem conduzido a Igreja a ser pastora no mundo e através da Igreja tem vocacionado homens e mulheres para o ministério pastoral e apresenta desafios para que a igreja faça do ministério feminino não apenas uma realidade mas uma potencialidade para alcançar vidas.
O tema do ministério feminino continua sendo discutido pela pastora Margarida Ribeiro no texto As mulheres e a Vocação com bases bíblicas para o Antigo e Novo Testamentos, na história da Igreja e no metodismo brasileiro citando muitos nomes de mulheres que foram chamadas e vocacionadas por Deus para a Missão e que embora tenha lutado muitas vezes sem reconhecimento hoje é notório o importante papel que exerceram em sua geração.
Margarida chama atenção para a realidade atual e estatística da Igreja Metodista onde mais da metade de seus membros são mulheres e conclui que a Igreja precisa cada vez mais estar convicta de sua aceitação do ministério feminino e da eficiência do mesmo.
O pastor Antônio Olímpio de Sant’Ana apresenta o texto sobre Pastoral de Combate ao Racismo, a discriminação, ao preconceito e à intolerância contando experiências desde quando foi seminarista e como pastor por mais de quarenta anos enfrentando o preconceito racial. Observando o comportamento social e da Igreja frente ao problema reconhece um grande avanço mesmo diante de uma longa caminhada que ainda há pela frente. Numa segunda parte de seu texto, o autor traz um histórico da caminhada do negro na Igreja mostrando as lutas e conquistas.
A Igreja Metodista começou esta caminhada cedo e tem exercido papel fundamental no meio cristão e na sociedade para a inclusão de pessoas discriminadas. O autor cita o Plano para a Vida e Missão como um documento decisivo para demonstrar a solidariedade e luta pelo justiça travada pela Igreja Metodista. Destaca também a influência dos seminários teológico na produção do pensamento teológico crítico contra a discriminação.
Em continuação ao tema de ministérios específicos o professor Nicanor Lopes traz o texto Vocação e Ministério específico abordando a eclesiologia metodista de dons e ministérios, a doutrina protestante do sacerdócio universal de todos os crentes e a forte influência leiga no ministério de Wesley. Além disso, demonstra claramente a mudança que o Brasil passou desde a década de 70 quando deixa de ser um país rural para ser uma nação urbanizada. A proposta do texto é que a Igreja atenda à demanda da sociedade e movida pelo Espírito Santo exerça inúmeros ministérios para atender aos desafios sociais.
O bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa fala sobre Desafios vocacionais para uma igreja ministerial convidando a uma reflexão à luz dos documentos oficiais da Igreja Metodista que trazem um discurso comum convidando a Igreja a exercer sua vocação ministerial. Num segundo momento se dedica especificamente ao ministério pastoral e ao Plano Nacional apontando as metas e os desafios que precisam ser focados pelo/a pastor/a e para isso o autor pontua diversas propostas para harmonizar Igreja, documentos da missão, pastores e sociedade abrindo rumos para o exercício de vocações e ministérios específicos.
O último texto é do bispo Adriel de Souza Maia, Missão pastoral no Brasil hoje ressaltando o pioneirismo do metodismo brasileiro frente aos desafios sociais, o que está registrado em seus documentos e planejamentos nacionais. Assim o bispo convida a entender melhor o contexto da missão e os desafios pastorais no Brasil hoje diante de exemplos e dados estatísticos que mostram onde a Igreja está sendo desafiada a oportunizar sua ação pastoral na sociedade brasileira.

“Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça, que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos dos séculos”. II Timóteo 1.9

Quando nos vemos diante dos desafios que nos surpreendem e muitas vezes não somos nós quem os enfrentamos, pois somos enfrentados por eles sentimo-nos impotentes diante da grandeza de Deus e dos problemas ao redor. Contudo se tivermos a consciência de que Deus é quem chama e dá as ferramentas, bem como as condições emocionais e espirituais que precisamos, podemos agir com tranquilidade.
A capacidade para o pastorado provém da dependência de Deus para a Missão. Assim a esperança do/a pastor/a deve ser em Deus! O chamado pastoral vem de Deus. Ele é quem vê e escolhe quem vai fazer Sua obra.
Quando Deus envia alguém é em resposta às orações e necessidades de seu povo. O clamor dos aflitos é a causa do chamado. Assim a missão deve ir de encontro aos desafios da comunidade e sociedade ao redor da Igreja.
Os riscos e dificuldades não significam que Deus não está apoiando ou aprovando o enviado Grandes homens de Deus foram chamados em meio a impossibilidades e não tiveram medo de correr riscos, rompendo as barreiras que lhe eram impostas.

[1] Pág. 30
[2] pág.113.

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